Com fome, picadas de inseto por todo o corpo e muito nervosos, os sobreviventes foram levados de helicóptero ao Hospital Regional do Juruá, em Cruzeiro do Sul (AC). Entre eles, estava a enfermeira Josiléia Vanessa de Almeida, que está grávida de 14 semanas. Ela e o bebê passam bem.

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O diretor do hospital, Marcos Roberto de Melo, afirmou que outros três sobreviventes, que faziam parte da tripulação do avião, receberam atendimento médico de militares e nem deveriam ficar no hospital.

A enfermeira e os outros cinco técnicos em enfermagem resgatados passariam por exames adicionais no próprio hospital, e deveriam ficar em obser­­­vação ao menos até a noite de ontem.

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Apesar de "psicologicamente abalados", como descreveu Me­­lo, nenhum deles sofreu lesões graves. Alguns tiveram escoriações leves e todos estavam com muitas picadas de insetos, por terem ficado cerca de 24 horas na área, de mata muito densa. "Estávamos preparados para algo muito pior. Mas graças a Deus não foi tão grave."

Para Raylivan Silva, filho da sobrevivente Maria das Dores Silva, os momentos de espera até a encontrarem foram de vigília. Ele contou que os familiares dos tripulantes e dos passageiros que, como ele, moram em Atalaia do Norte se reuniram para rezar e esperar notícias. Não conseguiram dormir.

O espaço aéreo entre Cruzeiro do Sul, no Acre, e Tabatinga, no Amazonas, cobre uma área hostil e inóspita, de mata densa desprovida de recursos de apoio. "Não é o pior lugar da Amazônia para se voar – mas também não é o melhor: a floresta é mais aberta, porém há árvores com mais de 40 metros de altura e nenhuma infraestrutura", explica o piloto Domingos Silva, que opera na região desde 1999.