Dois advogados, um analista de sistema e um publicitário foram interrogados ontem pelo juiz José Eduardo Staut Nunes, da 4.ª Vara Criminal de Curitiba, por causa da operação Big Brother, que investigou suposto golpe contra a Eletrobrás e Petrobrás. A ação foi aberta há cerca de dois meses, com a denúncia do Ministério Estadual (MP) contra seis pessoas pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa.
Os réus são o advogado Michel Saliba Oliveira, ex-presidente da subseção Curitiba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), os seus colegas José Lagana, José Xavier da Silva e João Bosco Coutinho, de Pernambuco, além do analista de sistema Cláudio Luiz Agner e o publicitário Sinei Geraldo de Oliveira Silva. Só não foram interrogados ontem Coutinho, que será ouvido no seu estado, e o advogado Xavier, cujo interrogatório será 17 de maio.
Conforme o MP, o grupo é suspeito de formar quadrilha e tentar corromper gerentes do Banco do Brasil para resgatar títulos supostamente prescritos da Eletrobrás e da Petrobrás. O caso foi investigado pela Polícia Federal por dois anos. As prisões ocorreram após gravações de conversas.
Segundo o advogado Beno Brandão (do escritório do jurista René Dotti), seu cliente, Michel Saliba, está confiante em provar inocência. "A denúncia contra Saliba e Lagana não se sustenta. A corrupção dos gerentes do Banco do Brasil é anterior ao contato feito com eles, segundo as investigações", afirma Brandão. Ele disse ainda que o seu cliente não conhecia os outros réus.
Para Dotti, a ação não tem sentido, uma vez que o Tribunal Regional Federal (TRF), 4.ª região, em Porto Alegre, decidiu que não houve crime. Por sua vez, o advogado Caio Fortes de Matheus, do escritório Cláudio Dalledone Júnior, que defende Coutinho, também afirmou que o crime de corrupção ativa de gerentes do Banco Brasil seria impossível, porque eles não teriam como fazer transferências eletrônicas de quantias milionárias. Os outros réus foram procurados pela reportagem, mas não foram localizados.
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