Manifestações realizadas nesta semana em capitais do país registraram um aumento da infiltração de grupos criminosos nos atos. São grupos, segundo as polícias dos estados, que se misturam aos protestos não apenas para praticar vandalismo, mas, sobretudo, para promover assaltos e saques.
Ao menos duas capitais que tiveram na segunda-feira protestos que terminaram com confrontos entre forças policiais e manifestantes detectaram essa tendência: Porto Alegre e Goiânia.
Na capital gaúcha, a cúpula da segurança do estado afirma ter crescido a infiltração de grupos criminosos aos atos. Apenas no protesto de segunda-feira foram presas ou apreendidas na cidade 65 pessoas a maioria com antecedentes criminais. Dezenas de estabelecimentos comerciais foram atacados ou saqueados na região central da capital gaúcha.
Para a Polícia Civil gaúcha, os protestos estão atraindo cada vez mais gangues que comparecem apenas para assaltar participantes ou atacar o comércio.
"Na manifestação de ontem, houve uma guinada diferente em relação às duas primeiras. Enquanto antes havia ali pequenos delitos de uma quantidade ínfima de manifestantes, nessa terceira há criminosos utilizando da manifestação para cometer crimes comuns", disse o chefe da Polícia Civil gaúcha, Ranolfo Vieira Júnior.
A Brigada Militar (a PM gaúcha) também detectou essa tendência e afirma que reforçou, antes da marcha, patrulhas pela região.
Treze pessoas foram presas em flagrante e permanecem no Presídio Central, o maior do Estado. Dessas, 11 tinham antecedentes por crimes como roubo, furto e tráfico. Também foram apreendidos 17 adolescentes.
Goiânia
Na capital de Goiás, a ação de grupos que se organizam para promover atos de vandalismo em meio às manifestações já é o principal problema identificado pelas forças policiais. E os relatos sobre roubos crescem a cada protesto, disse o tenente-coronel Carlos Henrique da Silva. Os próprios manifestantes têm sido as vítimas em alguns casos", afirmou.