Ao menos três grupos que atuam em defesa dos direitos das mulheres se postaram nesta segunda-feira (4) em frente ao Fórum de Contagem para pedir a condenação dos réus denunciados pelo sequestro e morte de Eliza Samudio.
Entre os manifestantes estava a deputada federal Jô Moraes (PC do B-MG), que preside a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Violência Contra a Mulher, no Congresso. Ela afirmou que esse caso é "carregado de simbologia" pela trama armada contra Eliza.
A deputada afirmou que os trabalhos da CPI estão em fase final e que serão apresentadas propostas tanto em âmbito administrativo, para o Ministério da Justiça e Poder Judiciário, quanto no âmbito do Legislativo.
No primeiro caso, segundo ela, a proposta que será levada para o Poder Executivo é para que as polícias tratem com mais agilidade as denúncias contra as mulheres, "inclusive fazendo boletins de ocorrência completos". Outra questão a ser colocada é que os processos tramitem com mais agilidade.
A deputada disse que, do ponto de vista da mudança nas leis, é que seja instituído o que ela chama de "feminicídio". Seria, segundo ela, punição maior para os crimes cometidos contra as pessoas do sexo feminino. Entre o endurecimento a ser proposto está tornar esses crimes inafiançáveis. Os grupos de mulheres portavam cartazes, entre eles um que fazia apelo para a presidente Dilma Rousseff. "Dilma, faça valer a lei Maria da Penha".
Quem carregava o apelo à presidente era Mariah Melo, da secretaria de Mulheres do PSTU. Ela disse que o caso Bruno é "bastante emblemático", porque Eliza foi à polícia denunciar que estava ameaçada de morte por Bruno.
"Ela acionou a polícia várias vezes e ainda assim morreu. Então, é preciso que a lei Maria da Penha seja aplicada, é preciso que ela saia do papel", disse. Entre as reivindicações dos grupos está também a criação de mais casas para abrigar as mulheres que denunciam os homens que as agridem. As manifestantes alegam que as que existem são insuficientes.
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