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Porto Alegre – Centenas de mulheres ligadas à Via Campesina invadiram quatro plantações de eucaliptos em diferentes regiões da zona sul do Rio Grande do Sul na madrugada de ontem. Duas áreas foram desocupadas durante a tarde.

Em nota distribuída à imprensa, a organização informou que as ações fazem parte da mobilização pelo Dia Internacional da Mulher e têm o objetivo de "denunciar o deserto verde que está impedindo a reforma agrária e inviabilizando a agricultura camponesa".

A ofensiva da Via Campesina ocorre próxima ao Dia Internacional da Mulher. No ano passado, a organização usou a data (8 de março) para depredar um laboratório e a área de expedição de mudas da Aracruz Celulose em Barra do Ribeiro. A Justiça acolheu denúncia do Ministério Público e abriu processo contra 37 líderes daquela ação, que teve a participação de 1,5 mil pessoas. Não está marcada a data do julgamento. Os réus estão sendo citados e ouvidos pelo juiz José Pedro de Oliveira Eckert.

Desta vez, as mulheres agiram em diversas frentes. Em Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, um grupo de 200 pessoas montou acampamento dentro da Fazenda Cerro Alto, da família Fichtner, que planta eucaliptos como parceira da Aracruz. Os proprietários já encaminharam pedido de reintegração de posse à Justiça.

Em Pinheiro Machado, na Campanha, 250 invasoras se instalaram numa floresta da Fazenda Silveiras, da Votorantim. E em Rosário do Sul, no sudoeste, outras 150 integrantes da Via Campesina entraram na Fazenda Tarumã, também da Stora Enso, mas não chegaram a montar acampamento.

Depois de passar a manhã no local, sob chuva, o grupo desistiu da invasão e voltou para os assentamentos de onde havia saído, em Santana do Livramento.

A Brigada Militar acompanhou o deslocamento, feito em três ônibus. Em São Francisco de Assis, na região central, 200 mulheres ocuparam um terreno em meio aos eucaliptos da Fazenda Taquari, da Stora Enso, e saíram do local no final da tarde para voltar aos assentamentos onde vivem, em municípios próximos.

Pernambuco

O Engenho João Gomes, pertencente à Usina Estreliana, em Gameleira, na zona da mata pernambucana, também foi ocupado ontem por mulheres ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Segundo o MST, a ocupação integra a programação do Dia da Mulher, que terá ainda uma marcha pelas ruas centrais do Recife.

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