• Carregando...

Guairaçá – As cerca de 50 famílias do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast), acampadas perto da porteira da Fazenda Videira em Guairaçá, no Noroeste do estado, foram acordadas a tiros ontem e tiveram de deixar o local. Segundo a Polícia Militar, o grupo foi expulso por cerca de 300 integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST), que também reivindicam a área. Houve confronto entre os grupos. Na confusão, dois trabalhadores do Mast foram feridos levemente, entre eles um dos líderes, conhecido apenas como Louro, baleado na mão.

O Mast estava acampado na fazenda desde o dia 23 de janeiro. Inicialmente, o grupo entrou na propriedade após descobrir que a área de 1.231 hectares está sendo desapropriada pelo governo federal. Antes do final de janeiro, o Mast se reuniu com integrantes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e concordou em mudar o acampamento para a entrada da propriedade, enquanto espera pela definição da desapropriação.

A Fazenda Videira ainda está em disputa judicial. De acordo com o Incra, a fazenda teve decreto de desapropriação publicado em dezembro, mas o proprietário entrou com recurso, que ainda não foi apreciado pela Justiça.

Revoltados com a expulsão, integrantes do Mast interditaram a rodovia PR-180 entre Guairaçá e Terra Rica e atearam fogo em pneus. O tráfego foi liberado às 11h30, após negociação com a polícia. À tarde, o grupo teria colocado fogo em um canavial da fazenda, mas não houve confirmação do ocorrido. A polícia passou o dia fazendo patrulhamento na área para evitar novo confronto entre os grupos, pois havia o temor de que o Mast tentasse retornar à porteira da fazenda.

Um dos funcionários da fazenda, que se identificou como segurança, mas não teve o nome divulgado pela polícia, prestou depoimento na delegacia e afirmou que ficou sabendo um dia antes da chegada do MST. Ele afirmou que se levantou pela madrugada e foi conferir a situação, quando se deparou com o comboio chegando à propriedade. "O pessoal do MST chegou atirando e fez ameaças", garantiu. Ele disse que as crianças dos funcionários da fazenda foram retiradas do local antes da chegada dos invasores.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]