Falta de estrutura da Polícia Militar contribui com a ação de bandidos| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Uma onda de furtos a propriedades e residências tem tirado a tranquilidade dos moradores da comunidade de Potinga, em Guaraqueçaba, no Litoral do Paraná. Assustados com a falta de segurança que toma conta da região, os moradores reclamam do abandono e da estrutura precária da polícia local para atender as ocorrências locais.

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O casal de agricultores Irene e Leopoldo Lipka, ambos de 56 anos, teve vários objetos furtados de sua residência. Enquanto estavam fora, ladrões arrombaram a casa e levaram o equivalente a R$ 7 mil em eletrodomésticos e ferramentas de trabalho. "Colocamos o sítio à venda, pois não temos mais tranquilidade para ficar", afirma Irene.

Antes de contabilizar o prejuízo, o casal viveu uma peregrinação em busca de ajuda policial. Telefonaram primeiro para a Delegacia de Guaraqueçaba. Informados de que a viatura estava quebrada, eles buscaram ajuda no módulo policial de Tagaçaba, comunidade próxima a Potinga. Foram orientados a procurar a Polícia Civil de Antonina para registrar a ocorrência. Passada uma semana do roubo, os Lipka receberam a visita de uma viatura da Polícia Ambiental.

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Maria Célia de Lima Alves, 41 anos, conta que problemas com a única viatura de Tagaçaba são comuns. "O carro está sempre quebrado", afirma a vizinha do módulo policial. A maioria das vítimas tem medo de sofrer represálias dos ladrões.

Estrutura

Com apenas três viaturas – degradadas pelas péssimas condições das estradas – para fazer a cobertura de todo o município de Guaraqueçaba, o tenente Cássio Araújo, do 9.º Batalhão de Polícia Militar, conta que a corporação conta com 16 policiais para atender uma população de aproximadamente 8 mil pessoas. "A média de um policial para 492 habitantes é boa se comparada ao efetivo e à população das cidades vizinhas. O problema é a extensão territorial que eles precisam percorrer", afirma.

Todas as investigações relativas a Guaraqueçaba são da responsabilidade da delegacia de Antonina. O superintendente da Polícia Civil Rodrigo Feitoza explica que a sensação de insegurança crescente na região se dá, sobretudo, pelo reduzido número de policiais civis e militares para atender uma área tão extensa e de difícil acesso. "De Antonina a Guaraqueçaba são 100 quilômetros – 70 por uma estrada de terra malconservada", observa.