A repórter da rádio CBN Simone Giacometti foi agredida verbalmente, ontem, quando cobria os desdobramentos do assalto ao ônibus da linha Nações 2, em Fazenda Rio Grande. Ela entrevistava o pai do cobrador assaltado, dentro do Hospital de Fazenda Rio Grande, quando o guarda municipal Alceu Contador pediu para que ela se retirasse do recinto.
Segundo Simone, ela já havia sido autorizada pela direção do hospital. Com o bate-boca transmitido ao vivo pela rádio, Simone resolveu desligar a ligação para resolver a questão. Em seguida, o guarda municipal teria dado voz de prisão a ela. "Fiquei surpresa com a atitude daquele senhor que, em princípio, eu nem sabia quem era, já que não havia nenhuma identificação ou uniforme. Eu estava trabalhando e me senti agredida", explica Simone.
De acordo com o diretor do hospital, Luís Fernando Zarpelon, o incidente foi uma atitude isolada do guarda municipal e não corresponde à orientação que é dada aos funcionários da casa de saúde. "Acreditamos que a imprensa tem o dever de prestar informações à sociedade", diz.
Em nota oficial, a prefeitura informou que a Guarda Municipal vai instaurar inquérito administrativo para apurar os fatos e o funcionário poderá vir a ser demitido por justa causa caso se comprove qualquer tipo de abuso. Contador negou que tivesse agredido verbalmente Simone ou dado voz de prisão. "Quem vai avaliar minha situação é o comando da Guarda Municipal", afirma.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná repudiou a ação de Contador. "Ficou claro que houve abuso de poder. Foi uma arbitrariedade. O guarda municipal tentou limitar a repórter no exercício de sua função", afirma a presidente do Sindijor, Aniela Almeida.
