Três agentes da Guarda Municipal de Curitiba foram afastados de suas funções em razão de uma denúncia de tortura e maus-tratos sofrida por um casal em 5 de outubro. De acordo com a nota da Secretaria Municipal da Defesa Social, um procedimento administrativo foi aberto para apurar a denúncia. Durante o processo, os acusados desenvolverão funções administrativas internas. A secretaria informa que o prazo para a conclusão da investigação é de 30 dias, período estipulado pelo IML para fornecer os dados dos exames de corpo de delito.
A acusação também repercutiu na Secretaria Estadual de Segurança Pública. A Corregedoria da Polícia Civil informou ontem que instaurou inquérito para apurar o caso. Conforme o relato, um policial civil do Centro Integrado de Apoio ao Cidadão (Ciac) anexo ao 8º Distrito, no Portão também teria participado das agressões.
O casal formalizou a denúncia ontem. Segundo o relato dos estudantes que não quiseram se identificar por medo de represálias , eles estariam fugindo de uma tentativa de assalto e procuraram apoio da Guarda Municipal, na Rua da Cidadania do Pinheirinho. O estopim da confusão teria sido a forma de tratamento do marido para o agente: "Senhor guardinha". "Em Ribeirão Preto, a gente chama os guardas municipais dessa forma sem problema. Tentei explicar que não houve intenção de desacato, mas já era tarde. Ele disse que íamos conhecer a 'força' da Guarda Municipal", relata o estudante, que vive em Curitiba há menos de um ano.
Durante o período que estiveram nas mãos dos agentes, a estudante afirma que, além das agressões, teria sido ameaçada de violência sexual. "Eles nos levaram ao distrito em carros diferentes para aumentar a tortura psicológica", declara.
Os jovens alegam que pediram apoio aos guardas municipais por volta das 20h30 e que foram levados por volta das 23 horas ao Ciac, de onde foram liberados depois da meia-noite. De acordo com informações do 7º Distrito responsável pelo plantão na data da ocorrência , a Guarda Municipal trouxe o casal por volta das 21h05 e a liberação, com o termo de comparecimento, foi registrada às 21h26.
Após sair do Ciac, o casal teria seguido em direção ao Hospital do Trabalhador. Os registros do hospital mostram que o atendimento por agressão corporal foi feito na primeira hora de segunda-feira.