Denúncia de racismo será apurada

A PM instaurou procedimento interno para investigar possível ato de racismo cometido por um oficial contra um estudante de Guiné-Bissau. Ibraiba Baió, que cursa a pós-graduação de Contabilidade e Finanças da Universidade Federal do Paraná (UFPR), teria sido chamado de "macaco" e "chimpanzé", entre outros termos pejorativos, enquanto permaneceu preso no 1º Distrito Policial. Na versão de Baió, o oficial agiu de forma abrupta e sem motivo aparente. Informando que era um estrangeiro cursavando pós na UFPR, o africano questionou o porquê da abordagem. Depois de horas no distrito, o guineense foi remanejado à Polícia Federal. "Ele falou que eu tinha muita sorte de estar em uma cidade em que tratam bem os ‘gringos’. Se fosse em outro lugar, eu estaria morto", diz Baió. (VB)

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Três agentes da Guarda Municipal de Curitiba foram afastados de suas funções em razão de uma denúncia de tortura e maus-tratos sofrida por um casal em 5 de outubro. De acordo com a nota da Secretaria Municipal da Defesa Social, um procedimento administrativo foi aberto para apurar a denúncia. Durante o processo, os acusados desenvolverão funções administrativas internas. A secretaria informa que o prazo para a conclusão da investigação é de 30 dias, período estipulado pelo IML para fornecer os dados dos exames de corpo de delito.

A acusação também repercutiu na Secretaria Estadual de Segurança Pública. A Corregedoria da Polícia Civil informou ontem que instaurou inquérito para apurar o caso. Conforme o relato, um policial civil do Centro Integrado de Apoio ao Cidadão (Ciac) – anexo ao 8º Distrito, no Portão – também teria participado das agressões.

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O casal formalizou a denúncia ontem. Segundo o relato dos estudantes – que não quiseram se identificar por medo de represálias –, eles estariam fugindo de uma tentativa de assalto e procuraram apoio da Guarda Municipal, na Rua da Cidadania do Pinheirinho. O estopim da confusão teria sido a forma de tratamento do marido para o agente: "Senhor guardinha". "Em Ribeirão Preto, a gente chama os guardas municipais dessa forma sem problema. Tentei explicar que não houve intenção de desacato, mas já era tarde. Ele disse que íamos conhecer a 'força' da Guarda Municipal", relata o estudante, que vive em Curitiba há menos de um ano.

Durante o período que estiveram nas mãos dos agentes, a estudante afirma que, além das agressões, teria sido ameaçada de violência sexual. "Eles nos levaram ao distrito em carros diferentes para aumentar a tortura psicológica", declara.

Os jovens alegam que pediram apoio aos guardas municipais por volta das 20h30 e que foram levados por volta das 23 horas ao Ciac, de onde foram liberados depois da meia-noite. De acordo com informações do 7º Distrito – responsável pelo plantão na data da ocorrência –, a Guarda Municipal trouxe o casal por volta das 21h05 e a liberação, com o termo de comparecimento, foi registrada às 21h26.

Após sair do Ciac, o casal teria seguido em direção ao Hospital do Trabalhador. Os registros do hospital mostram que o atendimento por agressão corporal foi feito na primeira hora de segunda-feira.