Quatro agentes da Guarda Municipal de Curitiba serão selecionados para atuar em ações de proteção animal na capital. A ideia é que os membros da corporação atuem em conjunto com biólogos e veterinários da Secretaria Municipal de Meio Ambiente na averiguação de denúncias de maus-tratos feitas pelo telefone 156, central de atendimento da prefeitura.
A novidade foi anunciada ontem pelo médico veterinário Alexander Welker Biondo, diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da secretaria.
Atualmente, de acordo com Biondo, há cerca de 200 denúncias que precisam ser checadas, mas os funcionários da secretaria têm encontrado dificuldades em alguns casos, quando são até mesmo impedidos de fazer a verificação. A presença da Guarda Municipal vem dar mais respaldo a esse tipo de ação: "A partir de agora, fica claro que maus-tratos contra animais são caso de polícia. Existe uma lei e ela precisa ser cumprida", afirma.
Se durante a averiguação for constatado o crime de maus-tratos, o animal será retirado da família e levado para o Centro de Controle de Zoonoses, da secretaria, que é o fiel depositário.
Biondo reforça que há uma relação direta entre maus-tratos a animais e pessoas frágeis, como idosos, crianças e mulheres, e que esse tipo de ação integrada pode coibir outros casos de violência. "Se o médico veterinário verifica casos de maus-tratos com animais, notifica a polícia. Isso é obrigatório em outros países", diz.
Para viabilizar o projeto, será criada a Guarda Municipal de Proteção Animal, em que os agentes da Guarda Municipal terão um treinamento específico para atuarem nessa área. A ideia da secretaria é implementar o grupo o quanto antes, devido ao grande número de denúncias que ainda não foram averiguadas.
Mais ações
Além do auxílio na proteção animal, a Secretaria de Meio Ambiente tem outros planos para combater os maus-tratos, com ênfase em ações educativas e de controle, inclusive com restrições ao comércio e ações contra criadouros clandestinos. Também devem ser colocadas em funcionamento unidades móveis de atendimento veterinário e criado o selo Amigos dos Animais, para estabelecimentos comerciais, clínicas e profissionais da área.
Na área de educação, a intenção é colocar o tema como parte do currículo das 179 escolas municipais. Já em relação às castrações, três clínicas foram habilitadas a fazer a esterilização de 6 mil cães neste ano. A ação vai custar R$ 1,2 milhão, com verba da própria secretaria, e a intenção é castrar os animais pertencentes a famílias de baixa renda da capital.
