Os guardas municipais acusados de agredir um casal de homossexuais na madrugada do sábado continuam trabalhando, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Defesa Social de Curitiba. Ontem de manhã, o presidente do Grupo Dignidade, Toni Reis, acompanhado das vítimas Arildo "Igo" Martini e Márcio Marins, se reuniu com o inspetor-chefe da Guarda Municipal, Carlos Celso dos Santos Júnior.
Segundo Marins, o inspetor informou que os envolvidos na suposta agressão já foram identificados e que um processo interno de investigação foi aberto para apurar as responsabilidades. O número oficial de envolvidos não foi revelado, mas estima-se que até oito guardas participaram dos supostos excessos contra os homossexuais, espancados em pleno centro de Curitiba. A polícia não deve ouvir novamente o casal, identificado apenas como Juliana e Émerson e que teria dado início às agressões.
Ontem também, Eduardo Toniolo Del Segue, o "Brasil", e Anderson Marondes de Souza, acusados de tentativa de homicídio contra um jovem homossexual em outubro do ano passado, foram soltos em Curitiba, por determinação da Justiça. A primeira audiência sobre o caso, que envolveu outros cinco réus, estava marcada para ontem na 9.ª Vara Criminal, mas foi suspensa em razão da falta de espaço no recinto.
Uma nova audiência para ouvir as testemunhas de acusação e defesa foi marcada para o dia 5 de maio. A vítima W.M.C. de 20 anos, que levou uma tesourada na barriga quando sofreu a agressão, afirmou que deixará Curitiba hoje por não se sentir seguro com a libertação dos acusados, que integram um grupo de skinheads.



