Guardas municipais de Curitiba realizam, nesta segunda-feira (28), um protesto contra o que eles chamam de precarização das condições de trabalho e sucateamento dos equipamentos da corporação. O ato reunirá, a partir das 15 horas, servidores que não estão na escala de trabalho do dia e, portanto, segundo o sindicato da categoria (Sigmuc), o atendimento à população não será afetado. No último sábado, a categoria aprovou um indicativo que permite a deflagração de greve a partir da próxima segunda (5), se não houver acordo com a prefeitura.
De acordo com o presidente do Sigmuc, Luiz Vecchi, o protesto desta segunda-feira, que tem o nome de “Vi...nada”, vai reunir alguns representantes da categoria paralelamente à audiência pública que vai apresentar à população o documento final da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2016. A audiência ocorre no Salão de Atos do Parque Barigui. A ideia dos guardas municipais é “sensibilizar” o prefeito Gustavo Fruet (PDT) quanto às reivindicações dos trabalhadores.
“Esse protesto é uma proposta de toda a categoria. Vamos cozinhar algumas salsichas, que aqui em Curitiba chamamos de vina, e colocar faixas como vi nada de secretário, vi nada de reconhecimento, e por aí vai. Em três anos de gestão, o sindicato da Guarda Municipal ainda não conseguiu uma reunião olho no olho com o prefeito, então, temos que fazer isso”, argumenta Vecchi.
Indicativo de greve aprovado
Em assembleia, guardas municipais de Curitiba aprovaram no último sábado (26) um indicativo de greve. Se uma negociação não for proposta pela prefeitura da capital, os servidores cruzarão os braços a partir da próxima segunda (5). Entre as reivindicações do grupo estão melhores condições de trabalho, que, segundo o sindicato, está em situações precárias.
O Sigmuc reclama que faltam profissionais para atender todas as demandas do município. Em junho, a prefeitura fez um concurso público para chamar 400 novos profissionais da área, mas as contratações ainda não foram efetivadas. A administração municipal informou, em nota, que a contratação está em andamento, com a com a terceira fase (exame psicológico) sendo realizada. Os aprovados deverão ser incorporados a partir de janeiro do próximo ano.
Além disso, os guardas também criticam uma mudança na jornada de trabalho dos guardas que teria sido estabelecida sem consulta aos trabalhadores. Conforme o sindicato, esta nova mudança realizada pela prefeitura implantou um limite de plantões nas escalas de trabalho que podem gerar uma redução de R$400 A R$ 800 reais nos salários mensais dos profissionais. Hoje, um guarda inicial de base recebe R$ 1.694 mais 50% sobre o valor do salário como gratificação de risco.
“A administração veio, sem consultar a categoria, e implantou um limitador de 15 plantões de 180 horas por mês para alguns e de 16 plantões com um total 192 horas mensais para outros. Ou seja, alguns servidores vão trabalhar doze horas a mais e vão receber o mesmo”, contesta Vecchi.
Na pauta dos guardas ainda entram pedidos de outras melhorias nas condições de trabalho. Eles querem a instituição de um secretário voltado exclusivamente para a Guarda Municipal, que atualmente responde à Secretaria Municipal de Defesa Social. A criação do cargo significaria, para Vecchi, a possibilidade de mais recursos para a corporação.
O Sigmuc também acusa a prefeitura de investir 0,035% a menos do Orçamento Municipal em segurança neste ano. No dia a dia, a categoria se diz prejudicada pelo mau funcionamento do sistema de rádio comunicação, pelo recolhimento de ao menos dez viaturas faziam a proteção do transporte coletivo, pela situação precária dos equipamentos de condicionamento físico dos profissionais, pelas condições precárias da estrutura do prédio da sede da guarda e também pelo recolhimento de bicicletas da ciclo-patrulha e. Em 2011, o projeto de uso das bicicletas pela Guarda Municipal já havia mostrado sinais de retração.