Apesar de a Justiça proibir por meio de liminar, os guardas municipais de Curitiba iniciaram uma greve por tempo indeterminado na manhã desta segunda-feira (22). Os guardas se concentraram na Praça Tiradentes, no Centro, a partir das 7 horas. A manifestação foi pacífica e os guardas fizeram um apitaço para alertar a população sobre a paralisação. A categoria pede, entre outros itens, a criação de um piso salarial de R$ 1,3 mil.
Na sexta-feira (19), uma decisão do juiz Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira, da 3.ª Vara da Fazenda Pública, proibiu a greve e estipulou uma multa diária de R$ 10 mil ao Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) caso a paralisação começasse. O Sismuc, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que entrará com um recurso nesta segunda-feira contra a decisão. Caso não consiga reverter a situação a multa de R$ 10 mil será paga, de acordo com o sindicato.
Na tarde desta segunda-feira, o comando de greve se reuniu com o prefeito Beto Richa, na Câmara Municipal. Na interpretação do sindicato, Richa se comprometeu a apresentar, na terça-feira (23), uma nova proposta aos guardas municipais. A assessoria de imprensa da Prefeitura, por sua vez, confirma que uma nova reunião será realizada com os grevistas, mas ressalta que não há compromisso quanto a apresentação de uma nova proposta.
Números e manifestações
O Sismuc afirma que cumpre a lei e mantém 30% do efetivo de 1.750 guardas trabalhando. De acordo com o sindicato, no início da manhã desta segunda, 12 postos de apoio da Defesa Social iniciaram os trabalhos com um efetivo mínimo. A adesão seria de pelo menos 800 guardas, de acordo com o sincato. Já levantamento realizado pela prefeitura aponta que cerca de 300 guardas não se apresentaram em seus postos de trabalho nesta segunda-feira.
A assessoria de imprensa da Defesa Social afirmou que dos 1.750 guardas municipais, cerca de 500 trabalham durante o dia, pois os guardas têm uma escala de turnos de trabalho. A prefeitura afirmou que as escolas municipais estão funcionando normalmente, mas alguns setores foram prejudicados. Ainda não há levantamento sobre quais são os serviços afetados.
De acordo com o Sismuc, cerca de 800 servidores se concentraram durante a manhã na Praça Tiradentes. Com carro de som e caixões, os guardas também pedem a saída do secretário municipal da Defesa Social, Itamar dos Santos. A Polícia Militar (PM) não soube informar o número de guardas municipais que participam da manifestação.
Da Praça Tiradentes, os guardas seguiram em passeata até o Hotel Bourbon, que fica em frente à Biblioteca Estadual. No local foi realizada a reunião do diretório estadual do PSDB, que definiu Beto Richa como pré-candidato do partido ao governo do estado.
Os guardas aproveitaram a oportunidade e pressionar o prefeito para que negocie e acabe com a greve. A Rua Cândido Lopes foi totalmente bloqueada pelos manifestantes, desde as 10h50. O prefeito Beto Richa afirmou que não iria descer da reunião para negociar com os grevistas.
Reivindicações
A classe aguarda um posicionamento da prefeitura para que as negociações sejam retomadas. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, foi oferecido 6% de aumento real. No entanto, os guardas pedem a criação de um piso salarial no valor de R$ 1,3 mil. Hoje o salário inicial é de R$ 710, mais 50% de gratificação de segurança, o que eleva a remuneração para R$ 1.066.
Os guardas municipais fizeram uma vigília e montaram acampamento desde o dia 1.º de fevereiro em frente à prefeitura de Curitiba. O objetivo era pressionar a administração municipal para avançar nas negociações.
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