Solano López não foi herói. Ou melhor: foi um herói falsificado, dando início à tradição comercial do nosso vizinho. Para virar presidente, tomou o cargo do irmão, Angel Benigno López. (...) Tem mais pirataria nessa história. Quando a guerra acabou, em 1870, os paraguaios que sobraram odiavam o homem. Solano López era visto como um tirano que levara o país à desgraça. Foi declarado traidor da pátria, suas terras foram confiscadas, e sua mulher, a prostituta irlandesa Elisa Lynch, mandada de volta para a Europa. (...)
O pior traço de Solano López foi a vaidade. Dono de uma espada incrustada de diamantes, que mandou comprar na mesma empresa que fornecia joias aos reis da França, Solano recusava a rendição mesmo diante de milhares de paraguaios esfomeados. Depois de cinco anos fugindo das tropas aliadas, ele foi capturado na Batalha de Cerro Corá, em 1970. Foi fácil para as tropas brasileiras reconhecê-lo. Solano López era o único gordo que havia no país.