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Juliano Monteiro [esq] e Kerem Halbrecht: “72 Horas” | Antônio More/ Gazeta do Povo
Juliano Monteiro [esq] e Kerem Halbrecht: “72 Horas”| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Serviço

Primeiro workshop preparatório ao "72 Horas".

Início hoje (6.ª), às 10 horas, com o "Rolê de Baixa Gastronomia", conduzido pelo designer Guilherme Caldas. Saída da Rua Presidente Faria com Rua São Francisco. Ao meio-dia, "O que é preciso para chutar o balde", caminhada com o publicitário Ricardo Dória. Às 15 horas, roda de conversa na Aldeia Coworking, na Galeria Suissa (Av. Marechal Deodoro, 262, 1.º andar). Confira no site programação do sábado e domingo. Participação franca.

Começa hoje em Curitiba o primeiro workshop em preparação ao evento internacional 72 Hour Urban Action, marcado para acontecer na capital paranaense em novembro, em data a definir. O "72 Horas", como diz o nome, é uma proposta de intervenção urbana realizada de forma relâmpago, em três dias e três noites, por profissionais da arquitetura e urbanismo, mas também por interessados de qualquer área. Apesar do caráter alternativo, funciona como uma competição. Ao final, o melhor projeto é premiado.

As oficinas preparatórias – a próxima será em julho – duram três dias, são abertas ao público e consistem de caminhadas pelas ruas, reconhecimento de espaços, trocas de experiência e palestras. O objetivo é definir quais serão os dez endereços da capital paranaense em que ocorrerá a intervenção do final do ano. O evento todo está orçado no valor de R$ 722 mil e tem patrocínio de Lei Rouanet. Curitiba é a sexta cidade do mundo a receber o "72 Horas".

O projeto teve início em 2010, quando o arquiteto e curador israelense Kerem Halbrecht, 35 anos – em parceria com a colega de ofício Gilly Karjevski – montou uma intervenção entre o artístico e o urbanístico na cidade de Bat-Yam, próxima a Tel-aviv. A ideia agradou. Na sequência vieram Terni, e na Itália, e Stuttgart, na Alemanha (2012); Roskilde, na Dinamarca, e Londonderry, na Irlanda do Norte.

Kerem – que chegou a Curitiba esta semana e se diz atraído pela fama da cidade – conta que o projeto nasceu de uma pergunta que qualquer urbanista se faz: é possível fazer uma intervenção rápida, econômica e transformadora? Encontrar recursos pode ser mais simples do que se imagina? Até agora a resposta tem sido sim e gerou uma metodologia, usada no "72 Horas", passível de ser empregada em ações de outra natureza;

O primeiro passo é a convocatória via oficinas, de modo a nunca fazer ações, ou "missões", como Kerem prefere chamar, sem antes aquecer o debate local. Desses encontros surgem as propostas de interferências – que serão trabalhadas por não mais de 100 participantes vindos, em equipes de dez pessoas. Por ser tão ligeira, a proposta exige trabalho pesado na preparação. As atividades preliminares chegam a durar seis meses e nunca acontecem sem a ajuda de parceiros locais. É comum que a "final" conte com viajantes de outros países, garantindo o aspecto multicultural do evento.

Em Curitiba, o "72 Horas" tem seu braço no escritório do arquiteto Juliano Monteiro, além do Ippuc, PUCPR e do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná, a CAU-PR. Juliano conheceu Kerem no evento de Stuttgart e começou ali a trabalhar para que a capital do estado fosse incluída no programa. Desde o fechamento do acordo com os israelenses, faz vias-sacras pelas universidades, escritórios de arquitetura, órgãos públicos e imprensa, mostrando que o "72 Horas" tem se tornado uma espécie de movimento mundial.

A pergunta que os organizadores mais ouvem é sobre as intervenções já feitas – uma lista longa, capaz de causar impressão. Em entrevista à Gazeta do Povo, Kerem citou um projeto de "guerrilha urbana" – como costuma nomear a imprensa internacional – em Bat-Yam. Um prédio projetado para ser escritório foi adaptado para moradores da terceira idade, mas não havia espaço de convivência. A tarefa instantânea dos convocados para atuar no local era transformar um hall num lugar agradável o bastante para os moradores estarem juntos, tendo em vista as variações de luz e sombra, e as necessidades dos idosos. "Em três dias se criou ali um lugar capaz de permitir vida comunitária de 400 pessoas", resume.

Em Stuttgart, o grupo vencedor teve de lidar com uma calçada disputada por três grupos distintos – barulhentos alunos de uma escola de dança, crianças em idade de brincar na rua e artistas em busca de tranquilidade para criar. Uma plataforma de madeira em níveis diferentes, e de baixíssimo custo, garantiu o que parecia impossível – a convivência de gente com necessidades urbanas que pareciam opostas. Outros exemplos podem ser conferidos no site do evento www.72hoururbanaction.com.

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