Ouça este conteúdo
Um guia para jornalistas publicado pelo Portal Catarinas e a campanha “Nem presa nem morta” tenta influenciar a cobertura jornalística sobre o aborto a partir de argumentos falaciosos. Partindo da tese de que o aborto voluntário não pode ser considerado como um “estigma”, a ONG feminista tenta convencer os jornalistas a abordar de forma positiva o assassinato de um ser humano não nascido. O material também ignora a biologia e a ciência ao tratar o aborto como se fosse uma questão religiosa.
>> Faça parte do canal de Vida e Cidadania no Telegram
“Impressionante como querem pautar a mídia, falam de estigmas, mas parece que querem é estigmatizar a jornalista que não se posiciona pela liberação do aborto”, diz Lenise Garcia, presidente do Movimento Brasil Sem Aborto e doutora em Microbiologia e Imunologia.
O guia aconselha jornalistas a evitar imagens e vídeos que mostrem o feto ou remetam ao luto. O documento também orienta a cuidar com as fontes (evitar autoridades) e sugere o uso dos “casos de criminalização para construir contra-narrativas”.
“Ao colocar um agente da criminalização – como um policial, delegado ou promotor de justiça – sob os holofotes, ainda que tecendo críticas, corremos o risco de alavancar o conservadorismo. Expor essas pessoas nem sempre vale a pena”, apresenta o guia.
“Sugerem que o jornalista fale com a vítima. Mas a principal vítima não aprendeu a falar, e está morta. Essa vítima, o filho em gestação, é absolutamente ignorada ao longo de todo o texto. Quem ignora a ciência é quem nega a humanidade do filho em gestação”, afirma Lenise Garcia.
O material também dá exemplos de como os jornalistas devem tratar as reportagens. Ao invés de escrever o título “Polícia prende mulher que fez aborto caseiro”, por exemplo, a indicação é escrever “Após quebra de sigilo médico, paciente é criminalizada”.
O documento distorce ainda fatos como o da menina de 11 anos, vítima de estupro, de Santa Catarina, que abortou um bebê de 30 semanas. O material não traz as informações concretas da história, que contou com uma rede de profissionais favoráveis ao aborto que disseminaram informações enviesadas sobre o caso.
“O texto orienta, não a mostrar a realidade do aborto, mas a escondê-la”, lamenta Lenise Garcia.
VEJA TAMBÉM:
- Rede pró-aborto distorceu caso de menina grávida de 11 anos, diz relatório de CPI em SC
- Relatório de ONG a favor do aborto contradiz argumento pró-legalização
- Ministério da Saúde falseou dados para defender aborto no STF em 2018
- Comissão de Direitos Humanos da OEA abraça causa abortista e se omite sobre abusos do STF
- Caso Beatriz: abortistas mentem sobre morte de jovem mãe para promover o aborto na América Latina
- O peso da perda: o impacto do aborto na saúde mental das mulheres