Desde 2009, quando o mundo viveu uma pandemia da gripe A (H1N1) o tratamento dos pacientes é feito com o Tamiflu - nome comercial do medicamento oseltamivir - que ajuda a diminuir a ação do vírus da gripe no organismo.
Diferente de outros antigripais, o Tamiflu é um antiviral - ou seja, não trata apenas os sintomas, como febre, coriza e dores no corpo, mas combate o próprio vírus influenza, causador da gripe. De acordo com a infectologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, Maria Inês Domingues Kuchiki, o Tamiflu pode ser utilizado em qualquer tipo de gripe, seja ela do tipo A, como a H1N1, ou B, já que a ação dele no organismo é destruir os vírus que causam a doença. “Além de resumir o tempo em que o paciente sente os sintomas da gripe, o medicamento reduz a carga viral e evita que esta pessoa transmita o vírus para quem estiver ao seu redor”, afirma.
Diferentemente de um resfriado,quando o paciente tem uma gripe os sintomas aparecem de forma súbita e muito intensa. “Muitas vezes há uma confusão entre resfriado e a influenza. Quando o paciente tem gripe, ele lembra bem da hora e do dia que os sintomas começaram - febre de mais de 38°, coriza e dor no corpo. A pessoa fica de cama mesmo”,alerta Maria Inês.
Essa informação é importante quando se fala de um tratamento com o Tamiflu . Isso porque, para evitar complicações, o medicamento só reduz o mal-estar se for utilizado até 48 horas após o início dos sintomas - principalmente no caso da H1N1, que pode agravar outras doenças pré-existentes ou causar outras mais graves, como uma pneumonia, por exemplo.
Mesmo assim, a médica recomenda que o paciente tome o remédio para evitar a transmissão do vírus para outras pessoas. “Entre medicar ou não, a preferência é evitar que outras pessoas fiquem doentes”, diz.
Histórico
A medicação foi liberada pela agência reguladora americana (FDA) em 1999 e, no Brasil, a Anvisa liberou seu uso em 2000 e desde então é vendido em farmácias. O medicamento se popularizou no país em 2009 durante as epidemias da gripe H1N1. Desde aquele ano o Tamiflu passou a ser distribuído gratuitamente na rede pública de saúde. Em 2012, o Ministério da Saúde liberou a comercialização do Tamiflu por meio de receitas simples, sem a necessidade de ter a venda controlada pelas farmácias.
Em 2014, um grupo de cientistas questionou a eficácia. Em estudo publicado em 2014 no British Medical Journal, cientistas britânicos do Cochrane Collaboration - grupo que investiga a efetividade de remédios no mundo - questionou a eficácia do medicamento, afirmando que o máximo que ele faria seria reduzir a duração dos sintomas de 7 para 6,3 dias.
A infectologista afirma que, apesar de não conhecer o estudo, a medicação pode ser sim eficiente em evitar a transmissão do vírus, como foi realizado em 2009. “Na época ainda não existia vacina e o controle foi feito com o medicamento. No sistema público, há mais benefício em tratar do que em não tratar estes pacientes”, conclui Maria Inês.
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