Tremembé, SP – Apertando as mãos em um gesto de agradecimento a Deus e dando sinais de positivo, o ex-goleiro Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, saiu da penitenciária José Augusto César Salgado, na tarde de ontem, em Tremembé, cidade a 134 quilômetro de São Paulo. Preso desde fevereiro, acusado do crime de lavagem de dinheiro, o filho de Pelé foi beneficiado por uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dada pela ministra Ellen Gracie.

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Em um Mercedes de cor preta Edinho saiu da penitenciária por volta das 14h40 e deixou o presídio sem falar com a imprensa, acompanhado do advogado Sidney Gonçalves. O veículo onde estava parou por alguns segundos, ele sorriu, fez gestos, mas preferiu se calar. "Ele estava muito emocionado, por isso não falou", justificou Gonçalves.

Essa foi a segunda vez que Edinho foi preso. Em dezembro do ano passado, ele foi beneficiado por uma liminar semelhante para a acusação do crime de associação ao tráfico de drogas. "Considero esta liminar definitiva. É uma resposta do STF ao constrangimento que ele estava sofrendo. Edinho não deu causa a esta segunda prisão, que foi uma violência aos direitos dele".

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O ex-jogador de futebol foi preso em flagrante pela primeira vez em 6 de junho de 2005 sob suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. Na época, em depoimento à polícia ele negou o crime, mas assumiu ser usuário de droga. O Ministério Público ofereceu uma segunda denúncia pelo crime de lavagem de dinheiro e ele acabou detido novamente em fevereiro deste ano. "Não há provas sobre esta acusação. Ele vai comparecer a todas as audiências e provar para o Ministério Público sua inocência. Edinho e Pelé sempre acreditaram na Justiça".

O advogado não revelou em que cidade Edinho se encontraria com a família e onde passará o réveillon. "Nem eu sei, mas posso dizer que o Edson, pai, vai encontrá-lo". Nas duas vezes em que esteve preso Pelé visitou o filho duas vezes.

No período em que ficou detido, Edinho trabalhou na lavanderia, assim como o banqueiro Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos. A lavanderia é o lugar onde a maioria dos presos de famílias ricas trabalha e onde se ganha o menor salário, segundo funcionários da penitenciária.

Aos finais de semana, recebia a visita da mulher e da filha e dividia a cela com um ex-policial civil no Pavilhão 1. "Nunca deu trabalho não. Sempre teve bom comportamento", revelou uma funcionária, sem se identificar.