Aproveitando o dia sem aulas, a diretora-geral do CEP, Maria Madselva Ferreira Feiges (foto), passou o dia em reuniões para tentar "reorganizar" a situação no Colégio Estadual. Desde o começo dos protestos, Madselva diz que recebeu telefonemas de solidariedade do governador Roberto Requião e do secretário de Educação, Maurício Requião. E afirma que permanece no cargo. Veja a seguir alguns trechos da entrevista:
Há boatos de que depois dos protestos a senhora teria exonerado 11 das 16 pessoas que ocupavam cargos comissionados no colégio. É verdade?Eu gostaria de saber de onde tiram isso. Não tem nada disso. Obviamente que eu vou ter de tomar algumas medidas. Mas eu não faço nada de maneira precipitada. Tudo vai ser muito bem analisado, com segurança. Mas por que é que quando falam isso para vocês não contam que dez cargos comissionados disseram que não me dariam apoio? O que eu esperaria eticamente dessas pessoas é que elas pedissem para sair.
Os alunos dizem que a senhora é autoritária. A prisão dos alunos reforçou essa imagem?Eu não entendo que reforçou. Primeiro a gente tem que ver quem tem interesse em fazer esse discurso do autoritarismo. Será que não é por que eu estou mexendo em questões que precisam ser organizadas dentro da escola? Por exemplo, livro-ponto, cumprimento de horário...
A senhora continua como diretora?Permaneço como diretora do colégio. Eu acredito que os colegas professores vão entender isso, porque nós temos carreira, nós temos compromisso com o nosso profissionalismo para construir uma escola pública de qualidade. A gente não pode centrar em questões periféricas.
A sua situação ficou difícil com os protestos?Eu acho que sempre existe espaço para negociação. E como esse grupo faz todo esse movimento em nome da democracia, a minha perspectiva é que as pessoas saibam trabalhar democraticamente. E o que é democracia? É a gente sentar numa mesa e negociar. Um abre mão de uma coisa, outro abre mão de outra. Para o bem do projeto da escola.