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Segundo o presidente da So­­ciedade Paranaense de Pedia­tria, Aristides Schier da Cruz, o fato de Curitiba contar com poucos hospitais que fazem o atendimento emergencial completo de crianças não é o único culpado pelas longas ho­­ras de espera nos pronto-socorros. A falta de clínicas e consultórios pediátricos não só na cidade, como em todo o país, também prejudica a qualidade do atendimento.

"Os médicos pediatras recebem muito pouco dos convênios por consulta. Por isso muitas clínicas estão fechando. As mães estão encontrando dificuldades cada vez maiores para conseguir um horário com um especialista. A espera leva meses", explica. "Além disso, a pediatria é uma especialidade relativamente simples, que envolve poucos exames e internamentos, sendo pouco lucrativa para os hospitais", completa.

O Hospital Nossa Senhora das Graças não é o único a encerrar o seu serviço de pronto-atendimento infantil. O Hospital da Cruz Vermelha encerrou o serviço no início deste ano. Já o Hospital Infantil Branca de Neve, anexo ao Hospital Santa Cruz, só atende pacientes conveniados à Paraná Clínicas.

Para Schier da Cruz, se existissem mais consultórios, as filas das unidades de emergência diminuiriam significativamente. Essa também é a opinião do diretor clínico do Hospital Pe­­queno Príncipe, Donizetti Giam­berardino. "O ideal é que uma criança seja acompanhada por um pediatra durante toda a sua infância e adolescência. Os pron­­to-socorros deveriam se dedicar a acidentes, traumas e episódios graves", diz.

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