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Sob críticas

Presidente do órgão diz que toda sugestão é "bem-vinda"

Para o conselheiro e ex-presidente da Asbea-PR, Orlando Ribeiro, o Ippuc poderia ser mais receptivo aos profissionais de urbanismo da cidade. "Desde que foi criado, o Ippuc nunca fez uma chamada pública para receber propostas urbanísticas de profissionais que atuam na cidade", critica. Ribeiro conta que foi apenas neste ano, durante uma audiência sobre o Plano Diretor, que escutou pela primeira vez que a população poderia apresentar ideias e novas demandas.

O atual presidente do Ippuc, Sérgio Pires, disse que a administração de agora não pode responder pela anterior, mas que prestou as informações requisitadas sobre as propostas quando questionado. "Tão logo tomei conhecimento, respondemos. Respondemos para quem nos perguntou. Não sei o que foi feito pela administração passada", disse. Ele afirma que todas as sugestões são bem-vindas e que as ideias apresentadas pela iniciativa da UP e da Asbea-PR "estão em análise".

Serviço

Os estudantes de Arquitetura e Urbanismo que quiserem participar da atividade da UFPR de discussão da cidade podem se inscrever pelo e-mail iso@ufpr.br. Os projetos desenvolvidos na atividade integrarão a mostra Arquitetura para Curitiba: uma mostra em mutirão (MUSA), que será exibida em março de 2015.

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Em meio aos debates sobre mudanças no Plano Diretor de Curitiba, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em parceria com escritórios, abriu inscrições para uma atividade que promete instigar alunos da área a pensar no desenho da capital paranaense. Essa iniciativa, contudo, não é inédita e pode não render frutos concretos no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).

INFOGRÁFICO: Veja as ideias propostas por profissionais e estudantes

Em 2007, um projeto semelhante de alunos de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Positivo (UP), organizado pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Paraná (Asbea-PR), resultou, em dois dias de muitas discussões e trabalho, em dez ideias de mobilidade urbana. Era a primeira tentativa de construir um legado para Curitiba a partir da expectativa que se tinha ao redor das obras para Copa do Mundo de 2014, então recém confirmada na capital.

Todo o trabalho, com as dez ideias (veja os detalhes no gráfico desta página), foi apresentado ao prefeito da época, Beto Richa (PSDB). De pronto, a administração municipal se interessou por duas das propostas: a implantação de um novo modal de transportes sobre a linha férrea existente na cidade e a reintegração do Rio Belém à paisagem urbana de Curitiba, que teriam sido incluídas no Plano de Mobilidade 2013/2016 da capital. Haveria outras sete sugestões "em análise" no Ippuc e uma totalmente descartada. Até hoje, porém, nenhuma das propostas foi implementada.

O conselheiro e ex-presidente da Asbea-PR, Orlando Ribeiro, defende todas as sugestões e ressalta que elas são atuais. "Falta visão estratégica urbanística e vontade política. São todas propostas atemporais e só perderão o sentido se suplantadas por outras mais pertinentes ou inovadoras", reclama. O coordenador do projeto da UFPR, Humberto Mezzadri, informou que 50 alunos e dez escritórios devem participar da atividade. Ele explicou que o trabalho não tem como objetivo que a prefeitura aceite as ideias, embora a administração municipal esteja livre para avaliar caso a caso. "São ideias. O projeto não tem essa característica", diz.

Análise

O coordenador do programa de pós-graduação em Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Carlos Hardt, acredita que as oportunidades de debate de soluções para a cidade com a sociedade civil organizada são importantes e que só aumentam as possibilidades de evolução do espaço urbano. "Se as ideias não forem aceitas, pelo menos haverá a justificativa de que os temas foram discutidos", diz. Para o especialista, as questões técnicas nem sempre são debatidas de forma profunda nas audiências públicas. Por isso, propostas feitas por técnicos devem ser levadas em consideração.

Apesar disso, Hardt também afirma compreender a situação dos profissionais do Ippuc. Ele destaca que as decisões de aceitar ou não as propostas sempre dependem de quem está à frente do instituto. "Com os profissionais nunca tive problema nenhum, mas quando é questão institucional, a coisa muda de figura", comenta. Hardt também ressalta que nem sempre propostas feitas por entidades levam em conta questões para toda a população. "Por vezes, alguns posicionamentos de entidades são muito setorizados", afirma.

Colaborou Bruna Komarcheski

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