Prestes a completar um ano do surto do vírus zika no Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que são os mais pobres que mais sofrem com a doença, que a proliferação de casos está ligado à falta de investimentos e que o vírus dá todas as indicações de que não vai parar nas Américas e pode atingir África e Ásia. Para a entidade, é “improvável que o zika simplesmente desapareça”.
No dia 7 de maio de 2015, o sistema da OMS recebeu a primeira confirmação de um caso registrado em laboratório no Brasil. Aquele era o resultado de pelo menos três meses da busca por uma explicação para um fenômeno novo que havia aparecido no Nordeste do País. A suspeita inicial era de dengue, mas os casos foram dados como negativos pelos exames.
Em abril daquele ano, os primeiros testes apontaram para zika, no entanto, as dúvidas continuaram, já que a doença jamais havia atingido as Américas. Finalmente, no dia 7 de maio, testes laboratoriais confirmaram a presença do zika.
Para os especialistas, o vírus foi trazido “quase com certeza” da Polinésia Francesa, já que os exames apontam para o fato de que o identificado no Brasil é idêntico ao do Pacífico. Uma possibilidade é de que tenha chegado ao país em agosto de 2014, num campeonato mundial de canoagem, no Rio de Janeiro. O evento contou com quatro nações do Pacífico, entre elas a Polinésia Francesa.
No final de 2014, exames retrospectivos apontaram que a doença já estava presente no País. “Uma vez estabelecido no Brasil, a proliferação do zika foi explosiva dentro do País e na América Latina”, constatou a OMS. “Em um ano, o vírus estava em praticamente todos os países infestados pelo mosquito do Aedes aegypti.”