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Rodovias

Há um pouco de tudo na beira das estradas do Paraná

Objetos pessoais achados nas pistas são encaminhados aos depósitos das concessionárias | Fábio Dias/Gazeta do Povo
Objetos pessoais achados nas pistas são encaminhados aos depósitos das concessionárias (Foto: Fábio Dias/Gazeta do Povo)

Maringá - Televisores, bicicletas, artigos de cama, mesa e banho. O que mais parece ser anúncio de uma loja de departamentos é na verdade a lista de alguns objetos que foram deixados nas rodovias do Paraná. Muitos desses itens acabam sendo recolhidos e levados para uma espécie de "achados e perdidos" da Viapar, concessionária que administra cerca de 500 quilômetros de estradas das regiões Norte, Noroeste e Oeste do estado.

Entre os objetos mais encontrados estão varas de pescar, cupons e cartões de vale pedágio, óculos, placas, bonés, colchões e celulares. Mas também já foram recolhidos desde rodado duplo de caminhão a álbum com fotografias.

Objetos inusitados também estão na lista dos achados. Fun­­cionários da Rodonorte, que administra rodovias na região dos Campos Gerais, já encontraram um caixão funerário, além da cadeira de rodas, antena parabólica e botijão de gás. Na tarde do último domingo, por exemplo, foi encontrado um fogão no quilômetro 534 da BR-376. O eletrodoméstico ficou abandonado no meio da pista.

Segundo a ouvidora da Rodo­­norte, Andrea Copla, os objetos são devolvidos sem nenhum custo para os proprietários, quando esses são localizados. "Nós fazemos esse trabalho de detetive. Pode ser um cartão de banco, um telefone celular ou até o logotipo de uma igreja. Qualquer coisa que dê uma pista", conta. Recentemente, a equipe de inspeção de tráfego encontrou nas proximidades de Ponta Grossa dois sacos de roupas de escoteiros, ligados a uma igreja de Maringá. "Nós ligamos para várias até que encontramos o pastor responsável. Enviamos de volta e ele ficou surpreso", relembra.

Segundo a auxiliar administrativa da Viapar, Fátima Aparecida Zamboti, apesar de muita gente perder os pertences pelo caminho, apenas 5% dos objetos são reclamados pelos donos, independentemente do valor financeiro ou sentimental. Ela acredita que a maior parte dos objetos foi abandonada in­­­tencionalmente. "Não tem como a gente dizer o motivo do descarte, mas muitos itens estão velhos ou sem utilidade", explica. Já o índice de devolução de documentos, segundo a Ro­­donorte, chega a 98%.

Os objetos encontrados na área de concessão da Viapar são encaminhados até a praça de pedágio mais próxima, onde permanecem por 15 dias. O prazo é de 20 dias no caso de documentos. Se o proprietário não for localizado, o objeto é levado para a sede da empresa em Maringá, onde permanece por mais 30 dias. Depois disso, parte dos itens é enviada para o setor de achados e perdidos dos Correios, enquanto que agasalhos, brinquedos e dinheiro em espécie seguem para entidades assistenciais.

Em caso de perda de objetos nas rodovias da Rodonorte, os descuidados podem ligar para o telefone 0800 42 1500 e tentar encontrar o que foi perdido.

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