O prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou na manhã desta sexta-feira (14) que a redução da tarifa de ônibus não está em consideração pelo governo municipal. Nessa quarta-feira (12), o Ministério Público de São Paulo sugeriu que o valor das passagens, hoje de R$ 3,20, retornassem para R$ 3 por 45 dias. Sob essa condição, os manifestantes concordaram em não realizar protesto durante o período.
"Você acha que se eu pudesse não ter aumentado, eu teria aumentado? A prefeitura não tem fonte de financiamento para mais subsídio", disse Haddad, justificando que o aumento foi necessário e que não há margem para redução do preço da tarifa. Em entrevista à Rádio Estadão, o prefeito destacou que o compromisso do seu governo era o de realizar um aumento abaixo da inflação. "Isso nós cumprimos". De acordo com Haddad, a inflação acumulada desde o último reajuste das tarifas era de 16% e o aumento foi de 6%.
A tarifa zero - uma das bandeiras levantadas pelo manifestantes - é outra questão descartada pelo prefeito. "A tarifa zero custa R$ 6 bilhões, quem é que vai pagar essa conta?". Haddad explicou que a proposta da tarifa totalmente gratuita, apresentada pela gestão da também petista, Luiza Erundina, tinha como base dobrar o IPTU e que a população seria contra essa ideia.
Nessa quinta-feira, 13, Lúcio Gregori, secretário de Transportes da gestão de 1990 e responsável pelo projeto da tarifa zero, afirmou que uma pesquisa realizada pelo governo na época apontou o apoio dos paulistanos à proposta. "76% dos paulistanos era a favor do aumento do IPTU, desde que destinado ao subsídio do transporte".
Manifestações
Na entrevista, Haddad lamentou ainda as cenas de violência de manifestantes e policiais nos últimos protestos realizados no centro da capital paulista contra o aumento da tarifa. As imagens dessa quinta, segundo o prefeito, sugerem o abuso do poder policial. "A maneira como as coisas estão sendo conduzidas não constrói uma solução." Segundo ele, a prefeitura já se colocou a disposição de um diálogo com o movimento, desde que os protestos não apresentem atos de vandalismo.
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