Barraco em que haitiana morava foi incendiado| Foto: /

A haitiana Milande Charles, de 29 anos, que morava em um barraco que ela mesma construiu no Parque Diadema, na Cidade Industrial de Curitiba, foi removida do local na manhã desta segunda-feira (30). O casebre de madeira e lona que lhe servia de teto foi destruído. Segundo a Fundação de Ação Social (FAS), a mulher está na sede da Pastoral do Migrante, em Santa Felicidade, mas será encaminhada a uma unidade de acolhimento da prefeitura.

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Milande se instalou na praça em meados de 2015, depois de passar por um período de desemprego. No ano passado, matéria da Gazeta do Povo contou a história da haitiana, que construiu o barraco com as próprias mãos. Na ocasião, ela revelou que suas únicas aspirações eram ter satisfeitas suas necessidades básicas. “Eu tenho saudades do Haiti, sim, mas aqui é bom. Tem o que comer. Está bom assim. Eu gosto daqui”, resumiu, na época.

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A FAS informou que uma de suas equipes de abordagem social da Regional da CIC vinha fazendo contato “há vários dias” para convencê-la a receber acolhimento. Na manhã desta segunda-feira, ela teria concordado com o amparo e foi encaminhada à Casa de Passagem para Mulher LBT, mantida pela prefeitura. Ao chegar ao local, segundo a FAZ, Milande teria se negado a sair da Kombi da Fundação e foi encaminhada à Pastoral do Migrante.

“Enquanto isso, a equipe de limpeza pública da Regional CIC removeu a casa onde morava para evitar que outras pessoas se instalassem no local, que se encontrava em situação precária”, consta da nota encaminhada pela FAS à Gazeta do Povo. Fotos obtidas pela reportagem mostram que a casa em que Milande morava foi incendiada.

Na nota, a FAS observou que a haitiana morava em condição precária e que foi alvo de diversos atendimentos, que foram “resultado da atuação da equipe de assistência social da Regional CIC, principalmente após solicitações que chegaram à prefeitura pelo 156”. Ainda de acordo com a Fundação de Ação Social, Milande também “foi encaminhada para um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), já que possuiu transtorno mental e estava agitada. Depois disso, [ela] será encaminhada para uma unidade de acolhimento”.

A Gazeta do Povo entrou em contato com a Pastoral do Migrante, mas não conseguiu contato. O expediente da casa se encerra às 17 horas.