A área de urgências e emergências do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, estará fechada a partir de hoje para o atendimento ao público. No setor será estruturada uma ala de atendimento específica para os pacientes respiratórios graves ou em situação de risco suspeitos de estarem com a gripe A (H1N1), popularmente conhecida por gripe suína. A informação é da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba.
O setor do HC receberá somente os pacientes que precisarem de internação por causa da nova gripe. Todos os pacientes deverão passar primeiro por atendimento nas unidades de urgência. A princípio, haverá 14 leitos com respiradores, além de outros 19 para isolamento. O objetivo é criar uma estrutura adequada no caso de haver um número considerável de internamentos, principalmente de pacientes em estado grave e em situação de risco.
As pessoas que precisarem de cuidados médicos deverão procurar as oito unidades de urgências médicas de Curitiba ou, no caso de pacientes de fora, os serviços médicos de suas cidades.
Atedimentos
Antes da nova medida, a unidade de urgência e emergência do HC atendia por dia cerca de 100 pacientes a grande maioria não ficava internada. A unidade é formada por pronto-atendimento, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Semi Intensiva e UTI Adulto. As pessoas que estão internadas na UTI irão permanecer em atendimento. Quando receberem alta, os leitos passam a ser ocupados exclusivamente por pacientes da gripe A.
A maioria das internações até então era de pacientes que sofreram ataque cardíaco. "Pacientes com outras enfermidades vão precisar ser remanejados para outros hospitais", afirma a diretora-geral do HC, Heda Maria Barska.
O setor calcula que o atendimento manterá a distribuição de trabalhos equilibrada: o HC irá pegar a demanda por gripe A de outros hospitais e repassar a eles os demais casos.
Seis pacientes estão internados em estado grave no hospital com a suspeita da nova gripe atualmente. Do início da pandemia até a última quarta-feira, 14 pessoas ficaram internadas. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, entre os 31 casos confirmados da doença, dois pacientes de Curitiba precisaram ser internados. A previsão é de aumento no número de internamentos, por conta do inverno. O pronto-atendimento do HC foi fechado para absorver possível aumento de procura.
A assessoria de imprensa da secretaria confirma que haverá demanda adicional nas oito unidades de emergência da prefeitura, mas completa que, se a rede da urgência da prefeitura está assumindo a demanda do HC, é porque está preparada.
Exames
Os testes laboratoriais para a gripe A somente serão feitos em doentes respiratórios graves e pacientes classificados dentro de critérios de risco, em Curitiba. Ou seja, nem todos os casos suspeitos serão submetidos à coleta de secreção para pesquisa do vírus da nova gripe. A capital segue a recomendação do Ministério da Saúde, anunciada pelo governo federal no início do mês.
A nova orientação foi comunicada ontem aos coordenadores de hospitais da capital e dos centros de urgências médicas, unidades que coletam as amostras. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a nova orientação se deve a razões de ordem prática. O motivo é que, independentemente do resultado, todos os casos suspeitos já são tratados como sendo da gripe A, sendo submetidos a isolamento domiciliar de sete dias e levados para hospitais e medicados com antiviral, em casos especiais.