Os servidores do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná mantêm o funcionamento da unidade com o mínimo de funcionários possível desde as 7 horas de ontem, tornando o atendimento mais lento. Até o mesmo horário de hoje, eles atenderiam apenas situações de urgência e emergência. O ato faz parte da mobilização da classe para exigir melhorias salariais e a exclusão da Medida Provisória 520, que desvincula os hospitais universitários das universidades.
Em assembleia geral, na manhã de ontem, os servidores da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) que trabalham no HC aprovaram um indicativo de greve. A posição será levada para o encontro nacional da categoria, em Brasília, no dia 16 de fevereiro, quando serão avaliadas as paralisações nos demais hospitais universitários e serão votadas as próximas ações do movimento.
Além de reuniões e debates sobre a MP 520, um grupo de 300 pessoas saiu em passeata pelo Centro de Curitiba. De acordo com o diretor de Formação Política do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), Bernardo Pilotto, a ação teve repercussão. "Acredito que os funcionários, a direção do hospital e até os pacientes com quem conversei entenderam a situação dos funcionários. Foi um movimento com adesão maior do que nos últimos anos", comenta.
A MP 520 torna a relação dos hospitais com as universidades como contratual. A justificativa para a edição da medida foi atribuída à necessidade de resolver o contrato irregular de trabalhadores ligados a fundações em hospitais universitários. O Tribunal de Contas da União (TCU) tinha declarado a ilegalidade da situação dos 26 mil contratados em todo o país nessas condições.Atendimento mantido
De acordo com a diretora-geral do Hospital de Clínicas, Heda Maria Barska dos Santos Amarante, a posição do hospital diante da paralisação dos servidores é de compromisso com a comunidade. "Vamos dar atendimento e não deixar que ocorram danos ou risco para a população. O hospital está aberto, os serviços estão funcionando e os médicos estão disponíveis, porém, tudo fica mais lento", explica.
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