Justiça
STJ determina retorno a 50% das atividades
Uma liminar do ministro Arnaldo Esteves Lima, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou que pelo menos 50% dos servidores técnicos administrativos das universidades federais em greve voltem a trabalhar. Não são incluídos na conta os ocupantes de cargos de confiança. A decisão deve ser publicada hoje, mas telegramas já foram encaminhados na sexta-feira à noite para as entidades interessadas. Caso a ordem seja desobedecida, será cobrada multa diária de R$ 50 mil da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) e entidades filiadas. Os servidores técnicos-administrativos da UFPR estão parados desde 15 de junho. Entre as reivindicações estão reajustes salariais, isonomia de benefícios e jornada de 30 horas.
Check-list
Veja a situação dos hospitais que estão recebendo os pacientes encaminhados pelo HC:
- Cajuru os atendimentos nos últimos dias aumentaram, mas se mantiveram e na média de meses anteriores.
- Cruz Vermelha há registros de aumento no número de pacientes recebidos, mas o atendimento permanece normal.
- Evangélico vem recebendo contatos, principalmente da Unidade de Saúde do Boa Vista. Como não consegue absorver toda a demanda, alguns casos são remanejados para outros hospitais.
- Hospital do Trabalhador segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o atendimento está em ritmo normal e a greve não afeta o número de leitos.
- Unidades de Saúde 24 horas (Curitiba) os atendimentos se mantêm normais, já que, sem poder contar com os leitos disponíveis no HC, os pacientes são encaminhados para outros hospitais, como Cajuru, Evangélico e Cruz Vermelha.
A greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná, iniciada em junho, está comprometendo o trabalho do Hospital das Clínicas, vinculado à instituição. Segundo a direção do hospital, alguns ambulatórios estão sem atendimento, leitos estão ociosos e cirurgias eletivas foram canceladas.
As principais áreas afetadas são Emergência, Cirurgia e Laboratório, responsável pelos exames. "Os médicos continuam com suas atividades normais, mas, sem a equipe de apoio, estamos de mãos atadas", explica Heda Amarante, diretora-geral do hospital.
Segundo ela, antes da paralisação, cerca de 40 cirurgias eram feitas todos os dias no HC. Agora, são apenas 10 e, por enquanto, a previsão é que somente procedimentos de emergência sejam realizados. "O problema é que o paciente também não pode esperar muito e essas remarcações vão prejudicar nosso calendário, reduzindo a demanda de procedimentos que poderemos aceitar nos próximos meses."
Sem pessoal suficiente para fazer os exames de raio-X, o Ambulatório de Ortopedia suspendeu os atendimentos. Responsável pelas operações de câncer (como de colo de útero e mama), o setor de cirurgias ginecológicas está parado. Na UTI cardíaca, dos 13 leitos, apenas 4 estão em uso e dois funcionários de outros departamentos foram deslocados para o Setor de Cardiologia porque, dos 14 servidores, somente 4 estavam trabalhando.
"Numericamente, parece que a situação é confortável, já que temos 3 mil funcionários e apenas 150 estão em greve. O problema é que esses colaboradores fazem parte de sistemas vitais do HC. Como grande parte deles é da Enfermagem e tem um treinamento específico, não conseguimos simplesmente deslocar profissionais de uma área para outra."
Emergência
Segundo Eduardo Ferreira Lourenço, chefe da Unidade de Emergência do HC, quase 30 leitos estão ociosos no setor devido à falta de funcionários. "Estamos com contingente reduzido e não há condições de efetuar a maioria dos procedimentos. Se continuar assim, muitos vão morrer por falta de atendimento."
Lourenço citou o exemplo de uma paciente do Setor de Ginecologia em estado grave. "Precisamos encaminhá-la para a UTI, mas eles não conseguem atendê-la lá. Todos os funcionários têm direito a protestar, mas é irresponsabilidade parar o hospital."
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná, Wilson Messias, garante que os atendimentos emergenciais estão sendo efetuados.
"O que acontece, principalmente nas UTIs, é que vários funcionários estão cumprindo somente a escala de trabalho e abriram mão dos plantões. Na Emergência, fizemos escalas. Essa possibilidade de alguém morrer por falta de atendimento não existe."
Segundo ele, os grevistas ainda não têm uma data para encerrar a paralisação. "Estamos mantendo os serviços essenciais, porque o objetivo não é prejudicar os pacientes, mas enquanto não for feita uma negociação razoável, vamos persistir."
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