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O Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná completou ontem 44 anos sob a sombra de ter de enfrentar, até o fim do ano, uma nova crise de desabastecimento de insumos hospitalares. O diretor-geral do HC, Giovani Loddo, durante discurso na cerimônia de aniversário da instituição, admitiu temer a volta do problema, que já ocorreu devido ao atraso dos repasses federais a que o hospital tinha direito. "A crise existiu, continua existindo e existirá", disse. O HC, com 65 mil atendimentos e internações por mês, é o maior hospital do estado e recebe pacientes de todo o Paraná e de outros estados.

Entre novembro do ano passado e janeiro deste ano, o governo federal atrasou a liberação da verba de custeio para o HC e o hospital chegou a reduzir sua capacidade de atendimento em 40% para enfrentar a crise. Procedimentos considerados não-emergenciais – como cirurgias plásticas reparadoras, de hérnia, de varizes e de estrabismo – foram adiados. Segundo Loddo, em determinados momentos, o HC chegou a ter de recorrer a outros hospitais para abastecer o almoxarifado de insumos extremamente simples, como álcool e seringas. No Natal de 2004, o hospital não tinha os R$ 10 mil de que precisava para atender 10 pacientes que corriam risco de morte. Felizmente, contou Loddo, o dinheiro chegou a tempo.

O reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, explicou que o hospital enfrentou a crise financeira porque os recursos do governo federal, que costumam acabar antes do fim do ano, foram contingenciados. O dinheiro a que o hospital tinha direito – cerca de R$ 5 milhões por mês – acabou chegando atrasado.

Para não comprometer o atendimento, o HC precisou ampliar as parcerias com instituições públicas, privadas e com a comunidade. Segundo Loddo, elas têm permitido ao hospital vivenciar um paradoxo: ao mesmo tempo em que não tem recursos para comprar insumos básicos, consegue realizar obras de ampliação e de modernização de seus diversos setores por meio dos investimentos proporcionados pelas parcerias.

Apesar da ameaça de crise, ontem o HC inaugurou a central de marcação de consultas, que vai reunir em um mesmo ambiente todo o agendamento de consultas e de exames, que antes era dividido por setores. "Vai impedir que o paciente fique perambulando pelo hospital", disse Loddo.

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