A Universidade Federal do Paraná irá propor à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para que seja formalizado em contrato um prazo para que os 916 funcionários da Fundação da UFPR (Funpar) continuem atuando no Hospital de Clínicas. A ideia é realizar, até 2018, a gradual substituição desses trabalhadores. O Conselho Universitário deve deliberar sobre a adesão ou não à empresa estatal antes do início da Copa do Mundo, dia 12 de junho, ou seja, em até duas semanas. O prazo estipulado pelo Tribunal Regional do Trabalho é até o dia 19 do próximo mês.
Segundo o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, o objetivo é assegurar que a maioria dos trabalhadores da Funpar permaneça no HC até a aposentadoria. "Vamos propor que o contrato de adesão à Ebserh explicite o prazo que eles ficarão no hospital. São profissionais de difícil substituição", afirma. Ele explica que essa substituição seria realizada por escalas, ou seja, aqueles que se aposentarem ao longo desse período deixariam o quadro da instituição. "Não temos ainda a certeza de que a Ebserh irá aceitar essa proposta", diz.
Akel calcula que até 2018 pelo menos 60% dos funcionários da Funpar já terão se aposentado. "Para os demais a gente irá, pelo menos, ofertar um curso preparatório a partir de julho para ingressar no HC através do concurso público da Ebserh", explica.
Caso o Conselho Universitário aprove a adesão à empresa estatal, o concurso público deverá ser realizado em outubro. O processo seletivo deverá ser aberto para um total de 2.063 servidores sendo 1.540 para o HC e 523 para a Maternidade Victor Ferreira do Amaral. A quantidade de vagas foi baseada no déficit de funcionários diagnosticado pela Ebserh. "O modelo de contrato que articulamos perante a Ebserh será de gestão compartilhada, que irá assegurar as pesquisas realizadas no HC e o perfil de hospital-escola", reforça o reitor.
Com os novos funcionários, o hospital pretende reabrir os 139 leitos desativados de um total de 550 e colocar em atividade outros 110 leitos, totalizando 660 vagas. "Vamos abrir leitos de alta complexidade, que geram mais receita via SUS, como oncologia, psiquiatria, ortopedia e neurocirurgia."
Dívida
A dívida de R$ 10 milhões gera dificuldades ao HC. Segundo Akel Sobrinho, em algumas oportunidades faltou verba para a compra de suprimentos fato que já havia sido revelado por funcionários em outras oportunidades. O reitor explica ainda que a instituição gasta mais do que recebe. "Isso inviabiliza algumas compras. Conversei com o Ministério da Educação e devemos conseguir sanar o problema em poucos meses."