Já no começo do mandato, Collor demonstrou que parecia não querer ter o povo ao seu lado. Um dia após sua posse na Presidência, em 16 de março de 1990, o anunciou o Plano Brasil Novo – apelidado de Plano Collor. Nesse plano, que tentava controlar a inflação que chegava perto de 2000% nos início dos anos 90, o presidente realizou o ‘confisco’ da poupança, que bloquearia por 18 meses os valores dos investimentos acima de NCz$ 50 mil.
“Essa medida foi muito lembrada nos antes posteriores. Deixou a todos indignados e a inflação continuava muito alta”, comenta o cientista político, Ricardo Oliveira. Em 1991, a inflação já passava dos 400% acumulados no ano, quando surgiram os primeiros escândalos de corrupção ligados a Collor.
Em maio do ano seguinte a situação piorou. Foi instalada uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar atividades de Paulo César Farias no governo federal, que teria montado uma rede de tráfico de influência no governo, com a conivência do presidente. Em 24 de agosto, um relatório da CPI atestou que US$ 6,5 milhões haviam sido transferidos irregularmente para financiar gastos do então presidente. Um carro Fiat Elba para uso pessoal do presidente também teria sido comprado com dinheiro vindo das contas fantasma do tesoureiro de campanha
A Câmara dos Deputados votou no dia 29 de setembro de 1992 a favor da abertura do processo de impeachment de Collor por 441 votos a favor, 38 contra, 1 abstenção e 23 ausentes. Em dezembro Collor renunciou para tentar evitar o impeachment. Não adiantou e no dia seguinte o Senado condenou o ex-presidente que ficou oito anos inabilitado para funções públicas.