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A Guerra do Contestado é interpretada como um conflito social, ocorrido nos planaltos catarinense e paranaense entre 1912 e 1916, que colocou de um lado coronéis, latifundiários e governo e, de outro, posseiros, pequenos lavradores, ervateiros e tropeiros.

Causas

Segundo Mocellin, são diversas causas que levaram ao conflito. Mas três merecem destaques: a questão dos limites entre Paraná e Santa Catarina, a crise econômica e social em que viviam os caboclos e a luta pela terra.

“A disputa pela terra pode ser entendida como a causa principal da guerra, em decorrência da tentativa de expropriação de posseiros e ervateiros caboclos”, afirma o pesquisador.

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Essa expropriação aconteceu em três processos diferentes. No primeiro deles, houve a gradativa concentração fundiária promovida por pecuaristas, que transformavam em agregados os posseiros e sitiantes que viviam independentes, nos limites das fazendas.

Posteriormente houve a concessão de até 15 quilômetros de cada lado do leito da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande para a empresa norte-americana Brazil Railway Company.

E também a grilagem de coronéis da Guarda Nacional do Paraná sobre os territórios contestados por Santa Catarina.

Limites

Ainda havia uma longa disputa de limites entre os dois estados. Os catarinenses reivindicavam, como suas divisas com o vizinho do norte, os rios Iguaçu e Negro.

Os paranaenses consideravam que toda a região dos campos de Palmas, de União da Vitória até o Rio Caçador e das saliências do Timbó, de Três Barras, Rio Negro, Itaiópolis e Papanduva, constituía parte de seu território.

Os catarinenses já possuíam três sentenças do Supremo Tribunal Federal a seu favor (de 1904, 1909 e 1910) e a execução dessas decisões era inviabilizada por pressão política dos paranaenses.

Somente em 1916 é que um acordo foi assinado, pelo qual a área de disputa ficaria assim dividida: perto de 28 mil quilômetros quadrados para Santa Catarina e cerca de 20 mil para o Paraná.

Esse acordo fez o Paraná ceder todo o atual Oeste catarinense para o estado vizinho.

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