Professores das universidades estaduais fazem hoje um dia de paralisação para realizar assembleias que decidirão sobre o indicativo de greve da categoria. Ontem, o governo enviou à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) a proposta de reajuste salarial de 31,73% prometida aos docentes, que deve ser feito até 2015. Mesmo assim, como o governo atrasou o trâmite do projeto e os docentes não confiam na aplicação já neste ano da primeira parte do aumento, os sindicatos decidiram manter a mobilização desta quinta, anunciada em julho.
Os docentes também não descartam entrar em greve para pressionar a Alep e o governo. Com a paralisação, cerca de 100 mil alunos, das sete universidades estaduais do Paraná, serão prejudicados. "Depois do descumprimento da parte do governo de todos os acordos anteriores, não podemos confiar neste trâmite até que a proposta vire lei", diz Antônio Bosi, presidente do Sindicato dos Docentes da Unioeste.
Em 21 de março deste ano, depois de um ano de negociações com a categoria e vários protestos dos professores, o governo prometeu enviar à Alep até o dia 1.º de maio um projeto de lei que equipara o piso salarial de um professor universitário ao de um técnico de nível superior das universidades estaduais. A equiparação dos vencimentos das duas categorias seria feita em quatro anos, de outubro de 2012 a 2015, em quatro parcelas de 7,14%.
A promessa não foi cumprida na data prevista e, para justificar a omissão, o governo afirmou que ainda precisa equacionar as contas para não ultrapassar o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O Tribunal de Contas do Estado confirmou que o governo extrapolou os gastos com pessoal neste ano. A argumentação, no entanto, não foi aceita pelos docentes como desculpa para o atraso. "O governo teve desde março de 2011, quando começamos a negociar, para reorganizar as suas contas. Por que então ele firmou um novo acordo com a categoria no início desse ano?", pergunta Bosi.
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