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| Foto: Remko de Wall/AFP

Um inventor holandês de 21 anos revelou, nesta quarta-feira (22), o protótipo de um dispositivo de filtração para remover milhões de toneladas de resíduos plásticos dos oceanos, um projeto inédito que será testado no mar do Norte.

Com a iniciativa “The Ocean Cleanup” (a limpeza do oceano), Boyan Slat quer lutar contra a “sopa plástica”, uma mistura de garrafas, bolsas, chinelos e outros detritos plásticos que flutuam no oceano.

A maioria dos resíduos plásticos nos oceanos está acumulada em cinco blocos de lixo gigantes - o maior deles no Pacífico, entre a Califórnia e o Havaí.

A sopa de plástico é criada quando o lixo fica preso em cinco grandes “giros”, ou correntes oceânicas rotativas. Esses detritos vão juntando enormes blocos de resíduos, que se convertem quase em “continentes” de plástico.

Enquanto a maioria dos projetos que tentam coletar material plástico utiliza barcos que rastreiam os oceanos, Slat pretende aproveitar a potência das correntes marítimas para limpar as águas.

“Por que temos de ir até os resíduos, se os resíduos podem vir até nós?”, questionou o jovem em uma coletiva de imprensa no porto de Scheveningen, nos arredores da cidade holandesa de Haia.

A ideia nasceu quando ele ainda era um estudante do Ensino Médio e esboçou o projeto em um guardanapo de papel.

O jovem inventor pretende usar uma barreira de 100 km de comprimento em forma de V composta de grandes boias de borracha, que flutuam na superfície do oceano e estão conectadas a redes submersas de até três metros de profundidade.

O objetivo é capturar os pedaços de plástico que se movem com as correntes e juntá-los em recipientes com capacidade para até 3 mil metros cúbicos de resíduos - suficientes para encher uma piscina olímpica -, que poderão ser reciclados.

O protótipo, que tem 100 metros de comprimento e custou 1,5 milhão de euros, foi financiado por crowdfunding e doações, inclusive do governo holandês. A barreira será levada para o mar do Norte nesta quinta-feira (22) para uma série de testes que serão realizados durante um ano a 23 km da costa holandesa.

Mais jovem ganhador do Prêmio Campeões da Terra, concedido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Slat abandonou seus estudos de Engenharia Espacial para se dedicar totalmente a esse projeto.

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