Um homem apontado pela polícia como o mandante dos ataques a ônibus em Cascavel, no Oeste do Paraná, foi preso no fim da tarde desta terça-feira (29). De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária, o suspeito é irmão do rapaz que foi morto em confronto com a polícia após colocar fogo em um ônibus.
Em nota, a Sesp afirmou que tem imagens do suposto mandante dos atentados comprando gasolina em um posto de combustíveis. Outras quatro pessoas foram presas e dois adolescentes apreendidos por suspeita de participação nos ataques.
Mais cedo, o secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, disse que a polícia retomou a ordem, mas que não se pode “descartar de forma irrestrita” que ocorram novos atentados. Em Cascavel, Mesquita confirmou que as investigações apontam para uma retaliação pelas mortes de dois suspeitos em troca de tiros com a polícia. Até o momento, não há indícios de relação com facção criminosas.
Mesquita disse também que a situação de crise financeira que o Brasil atravessa favorece a situações de crime contra o patrimônio. A declaração foi feita ao comentar o número de assaltos a mão armada que tem ocorrido no Paraná. “Há uma crise notória no país que favorece a situação de crime patrimonial”, declarou.
Na noite de domingo (27), um adolescente, de 15, foi morto durante uma tentativa de assalto em um imóvel em que estava um policial federal de folga. Cerca de três horas depois, um homem, de 25 anos, morreu em confronto com a Polícia Militar, após tentar atear fogo em um ônibus.
Ele afirmou que os crimes patrimoniais só se combatem com a presença física do policial nas ruas e destacou que a incorporação de 2.200 soldados na Polícia Militar e 62 delegados é uma das ações para reduzir os roubos a mão armada com policiamento mais ostensivo.
Operação em presídio
Com a suspeita de que as ordens para ataques pudessem ter partido também de dentro da cadeia pública de Cascavel, a Polícia Militar fez uma operação no presídio para tentar localizar telefones celulares entre os presos. A suspeita ainda não foi confirmada. “Havendo qualquer indicio de participação de presos nesses atentados eles serão removidos imediatamente e afastados da região”, declarou Mesquita.
Foram recolhidos 29 celulares, sete carregadores, dois pendrives, além de maconha e barras de ferro. Além disso, quatro presos foram novamente autuados por terem resistido às ordens policiais e inflado os demais presos contra as equipe.
Elogios
O secretário enalteceu o trabalho das polícias Civil e Militar de Cascavel que foram a campo logo após o início dos ataques sem entender direito o que estava acontecendo até aquele momento. “De uma maneira muito efetiva retomaram o controle da ordem”, afirmou.
Segundo Mesquita, passado o período mais crítico, o trabalho agora é entender melhor o fato, buscar novos envolvidos, esclarecer a cadeia de comando e evitar novas ações de criminosos.
O prefeito Edgar Bueno convocou uma reunião emergencial nesta manhã em seu gabinete e afirmou que a união das forças policiais fez com que fosse dada resposta imediata. “Todos [os órgãos policiais] reagiram com muita união para debelar eles de uma vez por todas. Cascavel não é lugar para grupos de marginais que comandam algumas ações terroristas no nosso município”, declarou.
O prefeito afirmou ainda acreditar que os ataques cessarão. “Eles já sentiram o que é a força policial, acredito que não teremos mais nenhum, não há evidências, mas se tiver teremos troco imediato”, declarou.
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