Maringá O animador de lojas Natanael Búfalo, 41 anos, foi preso ontem à tarde, acusado do assassinato da estudante Márcia Constantino, de 10 anos. O crime ocorreu no último fim de semana, em Maringá, no Noroeste do estado. No fim da noite de ontem, segundo o delegado do 3.° Distrito Policial, Paulo Machado, que preside o inquérito, Búfalo confessou a autoria do homicídio. O depoimento prestado a Machado e ao delegado-chefe da 9.ª Subdivisão Policial, Antônio Brandão Neto, não havia terminado até o fechamento desta edição.
Márcia foi raptada na noite de sábado, durante um evento evangélico da igreja Assembléia de Deus. O corpo dela foi encontrado na zona rural, no dia seguinte, com indícios de violência sexual e parcialmente queimado. O crime chocou a cidade e provocou comoção entre os fiéis da igreja e os amigos de escola da vítima. O Conselho Municipal de Segurança de Maringá chegou a anunciar uma recompensa de R$ 5 mil para quem desse pista que levasse à prisão do assassino.
Búfalo foi ouvido pela polícia no dia em que o corpo da menina foi encontrado. Sua prisão foi pedida ontem por causa do número de indícios que o incriminavam. Ele participou do evento na igreja quando a menina desapareceu. O animador se ausentou do local e, segundo Brandão Neto, teve dificuldades para explicar o que fez e onde foi no período das 20h30 às 23h30 de sábado. Ele teria ido a outra igreja, mas não haveria testemunha para comprovar isso.
Outra situação que aumentou a desconfiança da polícia foi o fato de o suspeito ter alugado um carro Pálio por R$ 130, sendo que seu salário semanal é de R$ 180. A alegação dele era que tinha o hábito de alugar carro para viajar a trabalho. Búfalo está em uma cela em separado dos demais detentos na carceragem da delegacia.
Na casa onde Búfalo reside, no Jardim Real, vários objetos foram apreendidos, entre eles fios de cabelo longos e escuros que estavam em meio a um lençol na máquina de lavar, sapatos sujos e palha de milho. O acusado já cumpriu pena por estupro e atentado violento ao pudor. Ele foi condenado a 12 anos de prisão em 2001, na cidade de Presidente Castelo Branco, no Noroeste, mas cumpriu cinco anos da pena e foi solto.