Um crime passional contra uma família de Curitiba terminou com três mortos - entre eles o autor do crime - e uma pessoa ferida na madrugada desta segunda-feira (30). De acordo com a polícia, o homem planejava atear fogo na casa com os ocupantes dentro.

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Informações da Delegacia de Homicídios (DH) dão conta que Claudio Neri Marinho, 31 anos, teve um fim de relacionamento tumultuado com Rosemery Batista Correia, 24, o que teria motivado o crime.

Por volta das 2h30, Marinho invadiu a residência da família de Rosemery, localizada na Rua Fioravante José Beraldin, bairro Cidade Industrial de Curitiba. Para isso, Marinho escalou um muro de uma casa vizinha, subiu no telhado e pulou para o pátio da casa onde faria dois assassinatos. Todos na casa estavam dormindo.

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"Ele sabia que a porta dos fundos raramente era trancada", disse a perita criminal Clarice Kraveltz, que assinará os laudos da cena do crime. Marinho tirou da mochila uma faca de 40 centímetros de lâmina - a largura de um teclado de computador - e pôs um elástico para prender a arma junto ao braço. Dois policiais que estiveram no local do crime comentaram que Marinho parecia um vilão de filme de horror.

O superintendente da DH, Odimar Klein, relata que Marinho primeiro foi até o quarto do irmão de Rosemery, o adolescente de 17 anos Everton Correia Batista. Ele desferiu uma facada no lado esquerdo do pescoço de Everton, que abriu um ferimento pouco menor do que uma caneta esferográfica. Após o golpe, Clarice estima que o assassino virou o corpo do adolescente e deu seis golpes de faca nas costas dele.

Os gritos de Everton acordaram a mãe do adolescente, Fátima Zeferino Batista, 42 anos. Marinho foi ao encalço dela e deu duas facadas nas costas de Fátima. "Ela [Fátima] também tinha ferimentos nos dois braços, típicos de quem está tentando se defender de golpes", descreve a perita Clarice.

A próxima vítima seria Rosemery, que conseguiu agarrar com a mão esquerda o facão pelo fio. Os dois lutaram. A polícia estima que, quando conseguiu se desvencilhar da ex-namorada, Marinho se deu um forte golpe na parte anterior da articulação do braço esquerdo. Ele perdeu muito sangue. Marcas no local mostram que ele se debateu antes de perder a vida.

"Existe a hipótese de ele ter cometido suicídio. Os vizinhos já haviam percebido que alguma coisa de errado acontecia dentro da casa da família Correia e estavam nas ruas", afirma o superintendente Klein.

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Ele morreu ao lado de várias garrafas plásticas com álcool que trouxera à casa. No total, Marinho levou nove litros da substância inflamável, de acordo com a Polícia Científica. Além disso, foram encontradas corda e fita isolante, que poderiam ter sido utilizadas para amarrar as vítimas. Investigação preliminar da polícia dá conta que o plano era render a ex-namorada e queimá-la viva.

"Em onze anos de trabalho, nunca tinha visto crime tão absurdamente cruel e bárbaro", analisa Clarice. Outros investigadores e policiais militares que atenderam a ocorrência também se disseram chocados com o caso.

Rosemery recebeu pontos na mão esquerda e recebeu alta horas depois.