Ivanilde e Alex Sandro, esposa e filho da vítima, dizem que vão processar o hospital| Foto: Luiz Carlos da Cruz / Gazeta do Povo

Cascavel - O vendedor Antônio Fernandes Cardoso, 53 anos, morreu de enfarte dentro de um ônibus, na última segunda-feira, ao ter sido negado o seu atendimento de emergência em um hospital de Cascavel, na Região Oeste do estado. A família da vítima informou ontem que vai processar o Hospital Santa Catarina por negligência.

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De acordo com a cozinheira Ivanilde de Fátima Cardoso, esposa do vendedor, o marido saiu de casa para procurar atendimento médico no PAC (Posto de Atendimento Continuado). Ele teria reclamado que estava com dor de cabeça e foi se consultar. Cardoso pegou um ônibus, mas na metade do caminho passou mal e pediu socorro para a cobradora, que acionou a família dele pelo celular. Ivanilde orientou a cobradora a chamar uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Ao perceber que a situação era grave, o motorista do ônibus desviou do itinerário e seguiu para o Hospital Santa Catarina, o mais próximo. Lá, foi informado que a unidade não poderia atender ao paciente. O condutor levou o veículo então ao terminal de transbordo, onde Cardoso já chegou morto.

O motorista e a cobradora do ônibus fizeram um Relatório de Ocorrência no qual consta que os dois trabalhadores optaram em mudar a rota para buscar socorro médico ao paciente. No relatório, entregue à empresa de ônibus e à Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito), consta ainda que o hospital não quis receber o paciente.

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De acordo com o técnico em informática Alex Sandro Fernandes Cardoso, filho do vendedor morto, ainda ontem a família iria dar os primeiros passos para processar o hospital. "A gente não vai fazer nada por questão lucrativa mas, se o hospital é conveniado pelo SUS, tinha obrigação de atender", afirma.

Em nota, o Hospital Santa Catarina informou que todos os funcionários que estavam de plantão no momento em que o paciente chegou foram afastados e uma sindicância vai apurar o caso. Ainda segundo a nota, o hospital vai se esforçar para que a sindicância seja finalizada o mais breve possível para dar uma resposta à comunidade.