A formação de um ciclone extratropical sobre o Sul do país ontem provocou fortes rajadas de vento nos três estados e também em áreas de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. Um ciclone extratropical é uma área de baixa pressão atmosférica intensa, que força uma circulação de ventos no sentido horário. O fenômeno é reflexo da frente fria que atravessou a região.
Em Curitiba, os ventos chegaram a 66 quilômetros por hora (km/h), segundo o Instituto Tecnológico Simepar, e provocaram estragos e uma morte. Por volta de 12h30, o galho de uma árvore no bairro Água Verde caiu e atingiu um homem de 89 anos. O idoso, identificado como Manoel Donha Dias, morreu no local. A fatalidade ocorreu na Rua Guilherme Pugsley, no cruzamento com a Rua José Cadilhe. Uma equipe do Siate foi até local para tentar socorrer o idoso, mas ele não resistiu aos ferimentos.
Houve registro de queda de árvores ainda nos bairros Cabral, Pilarzinho, Portão, Barreirinha, Campo Comprido e Bigorrilho. Em Almirante Tamandaré, na região metropolitana, a queda de um eucalipto bloqueou parcialmente o trânsito na Rua Pedro Jorge Kotoviski, no bairro Botiatuva. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma casa ficou destelhada na Vila Dom Pedro II, em Campo Largo.
A chuva também complicou o trânsito. Algumas ruas ficaram alagadas e semáforos se desligaram nos bairros Santa Felicidade, São Francisco, Centro Cívico, Portão e Água Verde.
Na serra catarinense, os ventos chegaram a 109 km/h na cidade de Urubici. No Rio Grande do Sul, as rajadas mais fortes foram registradas em São Borja e Santiago, de 74 km/h e 88 km/h, respectivamente.
Hoje, por causa da atuação do ciclone extratropical ao largo da costa da Região Sul, o vento sopra forte especialmente no litoral, com rajadas podendo chegar a 80 km/h.
Aviões
Em São Paulo, a ventania chegou a 120 km/h (marca que o vento também pode atingir no interior de tornados fracos), o que fez a Aeronáutica emitir um alerta meteorológico para os pilotos que fossem usar os aeroportos de São Paulo.
O vento forte fez ao menos quatro aeronaves abortarem a aterrissagem no aeroporto de Guarulhos. Foram dois aviões da Gol, um da TAM e outro da South African Airways. O voo 1746 da Gol, de Curitiba, chegou a arremeter duas vezes.