Acusado de um crime que chocou a cidade de Enéas Marques, no Sudoeste do Paraná, o agricultor Gilmar Reolon, 49 anos, foi julgado e condenado a 150 anos de prisão em regime fechado. A sentença foi anunciada pela juíza Juliane Velloso Stankevecz pouco depois das 21 horas desta quinta-feira (3) no Tribunal do Júri da Comarca de Francisco Beltrão. Reolon é réu confesso da morte de seis pessoas, entre elas dois filhos.
Em janeiro de 2010, o agricultor matou a pauladas a sogra Petronília Casanova, 84 anos; a mulher Gema Antonia Reolon, 45 anos; e os filhos Gian Lucas Reolon, 8 anos; e Gisele Idianara Reolon, 14 anos.
Após praticar o crime, ele colocou fogo na residência e fugiu. O agricultor confessou ainda ter matado, oito meses antes, o próprio pai, Otávio Reolon, 65 anos.
Após cometer os crimes, o agricultor fugiu e durante três anos se escondeu em uma mata. Ele montou uma espécie de cabana e ficou acampado até ser descoberto pela polícia e acabar preso, em janeiro do ano passado.
No tempo em que esteve foragido, ele assassinou a adolescente Indiamara Pereira dos Santos, 13 anos. A menina foi morta porque viu o acusado entrar na casa dela para apanhar comida.
A advogada Débora Cristina de Souza Maciel atuou como assistente de acusação no júri. Segundo ela, o réu permaneceu tranquilo durante todo o tempo. Dezenas de populares e familiares acompanharam o julgamento.
A defesa vai recorrer da sentença para tentar reduzir a pena, mas segundo Débora, não há cálculo matemático para liberar o réu antes de 30 anos, tempo máximo que um criminoso pode cumprir pena no Brasil. Para a advogada, a pena é justa e já era esperada. "Eu acho que a Justiça foi plenamente eficaz. Os familiares saíram satisfeitos porque havia certo sentimento de impunidade", afirma.
A reportagem tentou entrar em contato com a defesa de Reolon, mas não obteve sucesso.