Sete pessoas morreram e duas ficaram feridas no bairro Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, na noite de sexta-feira (4), na primeira chacina da cidade neste ano. Segundo a TV Globo, entre as vítimas estava a principal testemunha de outro crime na região, o assassinato de um servente que teria sido cometido por policiais militares há dois meses. No entanto, a informação é desmentida pela Secretaria de Segurança Pública do estado.
As vítimas estavam num bar. Elas foram atingidas por tiros disparados por um grupo de 14 homens. Um rapper do grupo Conexão do Morro também estava entre as vítimas fatais.
A chacina aconteceu por volta das 23h20 de sexta, na Rua Reverendo Peixoto da Silva. Mais de 50 tiros teriam sido disparados. Ninguém foi preso.
Neste sábado, policiais foram ao local do crime em busca de testemunhas e peritos analisam a área onde as mortes ocorreram.
Os assassinos teriam chegado ao local em três carros, estacionaram os veículos e seguiram em direção ao bar, que estava cheio. Encapuzados, os acusados começaram a atirar. Segundo a TV Globo, testemunhas ouvidas informalmente pela polícia contaram que antes de fazerem os disparos, os criminosos teriam gritado "Polícia".
"Desceram do carro já encapuzados. Polícia, polícia. E já começaram a disparar. E logo em seguida já chegou um monte de viatura, recolheram todas as cápsulas do chão e fecharam o local. Não deixaram ninguém entrar", contou uma testemunha que não quis se identificar à TV Globo.
O delegado geral da Polícia Civil de São Paulo, Maurício Blazeck, confirmou à TV Globo que uma das vítimas da chacina foi o homem que gravou imagens que mostram o servente Paulo Batista do Nascimento sendo morto supostamente por policiais militares. Na gravação, feita em 10 de novembro, o servente aparece sendo retirado de uma casa, agredido e levado para perto de um carro de polícia. O som de um disparo foi captado nas filmagens. A divulgação das imagens levou à prisão de cinco policiais militares.
O bar onde aconteceu a chacina desta sexta-feira aconteceu a menos de dez metros do local onde o servente foi morto.
Cinco pessoas morreram na hora, entre elas Laércio de Souza Grimas, o DJ Lah, de 33 anos, do grupo Conexão do Morro, que canta o cotidiano de violência da periferia. As demais faleceram após atendimento hospitalar.
Questionado sobre a possibilidade de chacina ter sido cometida por PMs, o governador Geraldo Alckmin disse neste sábado que nenhuma hipótese será descartada. "É precipitado fazermos qualquer afirmação, mas nenhuma hipótese vai ser descartada. Tudo vai ser investigado com profundidade e rigor até prendermos os criminosos. A polícia está trabalhando com vários indícios", afirmou Alckmin.
O caso está sendo investigado pelo 89º Distrito Policial e pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa da Polícia Civil (DHPP).
No segundo semestre de 2012, São Paulo enfrentou uma onda de criminalidade. De janeiro ao fim de novembro do ano passado, a capital somava 1.327 homicídios, 24,13% a mais do que o registrado em todo o ano de 2011 (1.069).
No estado, em 2011, 4.403 pessoas foram vítimas de homicídio. Em 2012, sem contar dezembro, foram 4.644, uma alta de 5,47%.
A escalada da violência em 2012 provocou a queda do secretário de Segurança Antonio Ferreira Pinto e fez com que os governos estadual e federal fechassem um acordo de cooperação para conter a criminalidade. A parceria aconteceu após a troca de farpas entre o ex-secretário Ferreira Pinto e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
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