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Perto das 23h35 da última quinta-feira uma equipe do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran) deteve o motorista de um Uno, que estava trafegando em zigue-zague pela Avenida Vic­­tor Ferreira do Amaral, no bairro Tarumã, em Curitiba. O Boletim de Ocorrência (BO) afirma que o motorista Claudimar Araújo, de 42 anos, dirigia "com sinais visíveis de embriaguez."

Ele foi detido e encaminhado a Delegacia de Trânsito (De­de­­tran), onde foi autuado. Uma ho­­ra depois, já na madrugada de on­­tem, a família foi chamada pa­­ra buscar Claudimar, que sofria um Acidente Vascular Cerebral (AVC) desde antes de ser abordado pelos policiais.

O motorista saiu da delegacia carregado nos braços dos familiares, já que não falava, não respondia a qualquer pergunta, vomitava e estava com o lado esquerdo do corpo todo paralisado. Ele foi levado imediatamente ao Pronto Socorro do Hospital Evangélico, onde o médico diagnosticou o rompimento de uma veia dentro do cérebro, no lado direito da cabeça. "O médico disse que ele teve um AVC e tinha um coágulo no cérebro. Ele teve que passar por uma cirurgia de emergência para retirar o sangue", contou a mulher de Claudimar, Rosiane Ferreira Soares, de 24 anos. Ainda não há previsão de alta.

No BO, os investigadores da Dedetran anotaram: "o noticiado apresentava fala embolada, não conseguindo ficar em pé ou responder qualquer tipo de pergunta. Policiais do BPTran apresentaram o teste do etilometro ao noticiado nesta especializada, porém apesar de inúmeras tentativas o noticiado não assoprava o aparelho inviabilizando o teste."

Rosiane não se conforma pelo descaso dos policiais que atenderam o marido e que não conseguiram notar que ele precisava de socorro ao invés de ser detido e passar mais de uma hora sob custódia com um AVC em curso até a família ser chamada. "A gente vai entrar com um processo contra o Estado. Não vou poder trabalhar para cuidar dele", afirmou.

Multa

Os policiais ainda multaram a mulher dele, proprietária do carro, em cerca de R$ 400 pelo marido ter sido flagrado "bêbado". O BPTran e a Dedetran foram procurados na tarde desta sexta-feira pela reportagem para justificar a abordagem, mas ninguém retornou os pedidos de entrevista sobre o assunto.

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