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Os 60 anos no Brasil ajudaram a transformar os costumes do libanês | Arquivo familiar
Os 60 anos no Brasil ajudaram a transformar os costumes do libanês| Foto: Arquivo familiar

Dono do restaurante Monte Líbano, em Maringá, Noroeste do Paraná, Eid Kamel el Ghoz tinha uma regra muito clara: era inadmissível qualquer conhecido dele entrar no local acompanhado de uma mulher que não fosse a própria esposa – com exceção a moças da família. "Ele não deixava entrar mesmo. Meu pai era muito fino, era muito correto", diz um dos filhos, Eid Kamel El Ghoz Junior.

Nascido em Kafair, no Líbano, Eid el Ghoz desembarcou de um navio em Santos (SP), em 1952. Três anos depois, ouviu de um amigo que Maringá era uma cidade promissora e mudou-se para o Município.

Em Maringá, instalou um dos restaurantes mais tradicionais da cidade, em 1962, ainda na antiga rodoviária. Para se diferenciar da concorrência, fez um local de alto padrão para a época. "Tinha até ar-condicionado", conta o filho. Bem localizado, o empreendimento recebia muitos políticos que chegavam de viagem. Com a construção do aeroporto, muitos governadores não deixavam de pelo menos encomendar a tradicional comida da rodoviária antiga.

Os 60 anos no Brasil ajudaram a transformar os costumes do libanês. "Todo árabe é conhecido por ser bravo, sisudo, sério. Ele não era nada disso. Parecia brasileiro. Tinha muitos amigos, benzia bebês e sempre foi muito educado", conta.

Deixa a mulher, Maria de Lourdes Boreli Ghoz, 4 filhos, 9 netos e uma bisneta.

Dia 5 de dezembro, aos 86 anos, de pneumonia, em Maringá.

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