Mais de 32 mil pessoas vindas de todos os estados brasileiros reuniram-se na noite desse sábado (10), no estádio da Arena da Baixada em Curitiba, para homenagear a obra e a vida da médica brasileira Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança. Durante a "Celebração Dra. Zilda Vida plena para todas as crianças", líderes da Pastoral de todo o Brasil e admiradores do trabalho de Zilda reafirmaram o compromisso com a proteção da infância e manifestaram o apoio ao pedido de beatificação da médica.
A celebração eucarística conduzida por Dom Raymundo Damasceno, presidente da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), contou com a presença de mais de 20 bispos de vários municípios brasileiros e autoridades municipais e estaduais, entre elas o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, e o ex-vice-governador do Paraná, Flávio Arns, sobrinho de Zilda, representando também o governador Beto Richa.
Beatificação
De acordo com Nelson Arns, coordenador nacional adjunto da Pastoral da Criança e filho de Zilda, o evento foi resultado de uma rede nacional de mobilização, que envolveu lideranças da organização de todo o país para a coleta de assinaturas para a moção de apoio à beatificação. O documento com mais de 130 mil assinaturas foi entregue durante a celebração eucarística à Arquidiocese de Curitiba; o próximo passo será o encaminhamento do processo completo para o Vaticano.
"O trabalho de minha mãe à frente da Pastoral foi marcado pelo altruísmo e isso permanece até hoje. As pessoas que integram a Pastoral buscam melhorar sua atuação junto às crianças e à sociedade, não pedem nada para si, mas pelos outros. O apoio à beatificação de uma pessoa que não era religiosa também chama a atenção para o fato de que todos os cristãos são chamados à santidade, e não apenas aqueles que seguem a vocação religiosa", disse.
Para o Arcebispo da Paraíba e membro do Conselho Diretor da Pastoral da Criança, Dom Aldo Di Cillo Pagoto, responsável pelo anúncio de que a Igreja do Brasil daria início ao pedido de beatificação de Zilda, o reconhecimento da médica representaria a valorização do enorme legado deixado por ela.
"Zilda dedicou-se à uma certa concepção de vida que precisa ser valorizada. Ela foi uma agregadora dos valores de defesa e promoção da vida de crianças e da pessoa idosa. E mobilizou milhares de brasileiros a buscar respostas para as falhas e os hiatos existentes na proteção da infância e da vida. O trabalho de Zilda tem um caráter sagrado, mas também político. Por isso, pedimos pelo reconhecimento dessa líder e benemérita", declarou.