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Operários trabalham na pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. Planejamento falho causa descontentamento nos passageiros e nas empresas áreas | Christian Rizzi/Gazeta do Povo
Operários trabalham na pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. Planejamento falho causa descontentamento nos passageiros e nas empresas áreas| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Apertem os cintos

Voos em Foz do Iguaçu, só depois do meio-dia

Desde o dia 15 de outubro, a pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu está interditada para obras de recapeamento. Até abril de 2014, quem quiser viajar pelo aeroporto pode embarcar apenas à tarde ou à noite: a pista está fechada diariamente das 7 às 12 horas, causando alterações no horário de quatro voos - duas chegadas e duas partidas.

A orientação da Infraero e da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) é que o passageiro aguarde o contato das companhias para saber se o voo reservado sofrerá mudanças. Nesse caso, a empresa deve avisar sobre a necessidade de remanejamento no mínimo 72 horas antes do voo (veja nesta página).

A Abear afirma estar fazendo o levantamento de quantos voos passarão por mudanças semelhantes ao longo dos próximos meses, e em que aeroportos. "Não somos contra as obras. O que discutimos é que o calendário é inoportuno em determinadas situações, a exemplo de fazer uma intervenção que vai reduzir a capacidade de passageiros em uma época de alta estação", afirma o diretor de Segurança e Operações de Voo da Abear, Ronaldo Jenkins, referindo-se às férias de verão.

Contatadas pela reportagem, a Gol e a Tam, as duas empresas com maior número de linhas no país, não divulgaram quais as viagens atingidas pelas interdições – ambas afirmaram que as informações estão concentradas na Abear.

De acordo com o calendário de obras da Infraero, as intervenções nas pistas serão concluídas, na maioria, entre dezembro deste ano e junho do ano que vem, a tempo da Copa do Mundo de 2014. Os fechamentos dos aeroportos, porém, devem ser interrompidos durante feriados e as festas de fim de ano. "O planejamento da Infraero visa à segurança das operações, tanto de passageiros como de aeronaves, sendo que o cronograma dos serviços é discutido juntamente com os demais entes do setor", afirma a Infraero em nota.

Seus direitos

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) prevê uma série de regras a serem seguidas pelas empresas aéreas em casos de remanejamento de voos. Veja quais são os direitos dos passageiros e como proceder:

Aviso

O cancelamento programado do voo e seu motivo devem ser informados ao passageiro com, no mínimo, 72 horas de antecedência do horário previsto de partida, seja por e-mail, telefone ou outros meios disponíveis.

Alternativas

Na primeira oportunidade, a companhia aérea deve oferecer a reacomodação em voo próprio ou de outra empresa que ofereça viagem para o mesmo destino; ou o remanejamento em outro voo próprio em data e horário de conveniência do passageiro. Também pode ser pedido reembolso integral da passagem.

Dúvidas

A Anac reforça que é dever da companhia aérea manter o passageiro informado sobre o seu voo. O viajante também pode procurar a empresa a qualquer momento para se informar sobre seu voo e seus direitos.

Reclamações

O passageiro deve procurar a empresa para reivindicar seus direitos, caso se sinta prejudicado pela mudança no voo ou se as alternativas não forem adequadas. Se o resultado não for favorável, o usuário pode então entrar em contato com a Anac, pelo site www.anac.gov.br (no link Fale com a Anac) ou pelo telefone 0800-725-4445 (que funciona 24 horas). Outra alternativa é procurar o Procon ou a Justiça.

Interatividade

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Obras de revitalização e ampliação em 11 aeroportos têm causado efeito cascata em voos de todo o país. Como alguns aeroportos precisam ser fechados para pousos e decolagens durante as intervenções, viagens já marcadas são remanejadas pelas empresas aéreas – o que pega os passageiros de surpresa. Entre as 11 obras, 7 afetam de alguma maneira as viagens.

INFOGRÁFICO: Veja quais aeroportos do país passam por obras

Os aeroportos internacionais Afonso Pena, em São José dos Pinhais, e o de Foz do Iguaçu, são alguns dos campos que passam por reformas.

Apesar de a Infraero defender que as interdições são planejadas para afetar o mínimo de voos, os remanejamentos têm causado embates entre o órgão federal e as companhias aéreas, que reclamam dos atrasos na conclusão dos trabalhos e dos períodos escolhidos para o fechamento dos aeroportos. A mais recente discussão envolveu o recapeamento das taxiways – área de manobra das aeronaves – no Afonso Pena.

A Infraero informou as com­panhias que, a partir do dia 28 de setembro, a pista prin­cipal do aeroporto seria fe­chada por quase 24 horas, du­rante o fim de semana – das 13 horas de sábado às 14 ho­ras de domingo, até junho de 2014. As empresas se programaram para usar a pista auxiliar, que oferece restrições para aviões de grande porte e exige que o número de passageiros transportados por aeronave seja menor. Na semana passada, com os serviços preliminares em andamento, como a montagem do canteiro de obras e da topografia, a Infraero voltou atrás e decidiu que o recapeamento será feito de segunda-feira a sábado. E de madrugada, horário em não há voos comerciais regulares.

Caos geral

Apesar de evitar o cancelamento de voos pelos próximos meses, a mudança de última hora feita pela Infraero foi criticada pelas empresas. Como "medida preventiva", nas últimas semanas os remanejamentos de viagens já estavam sendo feitos. Bilhetes de voos deixaram de ser vendidos levando em conta o cronograma proposto.

Segundo a Associação Bra­si­leira das Empresas Aéreas (Abear), a situação se repete em outros aeroportos brasileiros.

"Imagine dez obras em dez aeroportos diferentes, com horários diversos. Essa situação leva a uma completa reformulação da malha aérea das empresas. Temos tentado manter uma malha equilibrada e com os horários tradicionais, mas é impossível fazer isso no momento", critica o comandante Ronaldo Jenkins, diretor de Segurança e Operações de Voo da Abear.

Negociação

A Infraero afirma que todas as intervenções nas pistas são discutidas com antecedência com as empresas aéreas e outras entidades do setor. E garante que, quando possível, as interdições são planejadas para horários em que não há voos – caso, por exemplo, das obras em andamento no aeroporto de Campos (RJ). A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também diz participar das negociações, a fim de tentar impedir mudanças drásticas no horário dos voos.,

Passageiros devem ficar em alerta

Esta não é a primeira vez que o anúncio de obras na pista do Aeroporto In­ter­nacional Afon­so Pena causa um embate entre a Infraero, companhias aéreas e empresas de turismo. Em junho de 2011, devido à substituição de luzes na pista do aeroporto, a Infraero di­vul­gou que os pousos e decolagens seriam interrompidos por nove meses, durante as madrugadas, de segunda e quinta-feira, e por quase 24 horas nos fins de semana, das 14 horas de sábado às 12 horas de domingo. A janela de obras afetaria 118 voos por semana.

Empresas de turismo e viagens reclamaram que não tinham sido ouvidas, ao passo que, a um mês do início da interdição, companhias aéreas ainda tentavam negociar a permanência dos voos com a Infraero. A queda de braço, também neste caso, favoreceu as companhias: o cronograma de obras e os horários de fechamento da pista foram revistos, prevendo janelas menores, principalmente no fim de semana.

O presidente da As­so­ciação Brasileira de Agências de Via­gens do Paraná (Abav-PR), Ro­ber­to Bacovis, prevê que, além dos eventuais remanejamentos de voos, obras em terminais de passageiros, como no Afonso Pena e em Foz do Igua­çu, exigirão atenção redobrada dos passageiros durante as viagens de fim de ano – assim como das agências. "Essas obras sempre ocasionarão problemas. O que aconselhamos é que os passageiros se informem antes com as agências sobre eventuais mudanças e cheguem sempre com antecedência nos aeroportos", diz Bacovis.

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