Homens de 25 a 34 anos são os principais violadores da Lei Seca, conforme o Ministério da Saúde. Embora a legislação tenha brecado o número de infrações por embriaguez ao volante quando foi implantada, a incidência do crime voltou a subir. De acordo com o ministério, antes da lei 4,1% dos motoristas admitiam beber e dirigir. Em 2008, esse índice caiu para 2,8%, porém, voltou a aumentar para 3,3% no ano passado.
Na opinião da advogada e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Márcia Carla Pereira Ribeiro, a lei sozinha não resolve. "Entendo que para mudar um comportamento não basta uma lei, ela tem que ser auxiliar, mas vir junto com uma série de políticas públicas", justifica.
O juiz da 2ª Vara de Crimes de Trânsito de Curitiba, Carlos Henrique Licheski Klein, vê a necessidade de mudança de comportamento. "É preciso modificar costumes e a Lei Seca precisa vir acompanhada de uma campanha de orientação", acrescenta, lembrando que existe uma mídia forte voltada ao consumo de bebidas como, por exemplo, as propagandas de cerveja relacionadas à Copa do Mundo.
Márcia faz uma relação da Lei Seca com a Lei Antifumo, implantada em algumas cidades para impedir o tabagismo. "O fumo já foi incorporado pela sociedade como uma coisa ruim, já existe um preconceito contra o cigarro na nova geração, enquanto que com a bebida isso ainda não aconteceu", considera.
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