O número de homicídios em 2005 cresceu 10% em relação ao ano anterior em Cascavel. Ao todo foram registrados 83 assassinatos. Trata-se do segundo ano consecutivo com aumento desse tipo de crime. A violência atinge, sobretudo, os adolescentes e os jovens. De acordo com a Polícia Civil, boa parte das mortes está relacionada ao acerto de contas entre traficantes.
Valdir dos Santos Oliveira, 20 anos, foi uma das últimas vítimas da violência no fim de 2005. Sua história retrata a situação vivida na periferia, considerada pela polícia a região que oferece mais risco à vida dos cascavelenses. Com registro de furto na Polícia Civil, Valdir morreu, na véspera do ano-novo, com dois tiros em uma rua do Conjunto Habitacional Julieta Bueno, área onde ocorrem freqüentes tiroteios e brigas entre traficantes. Até ontem, a polícia desconhecia o autor dos disparos.
A morte de Valdir pode se tornar mais uma no mapa da violência em Cascavel, que tem aproximadamente 275 mil habitantes e terminou o ano passado com 83 homicídios, contra 75 em 2004. A alta de 10% é atribuída pelas autoridades policiais a uma série de fatores, entre elas a escalada do tráfico de drogas. Com o fechamento do ano, a cidade mantém a tendência de crescimento da violência nos dois últimos anos. Dos 83 assassinatos de 2005, 90% foram elucidados, segundo a Polícia Civil.
"Isso não quer dizer que todos os autores dos homicídios estão na cadeia. Alguns continuam soltos porque não foram localizados pela polícia", frisa o escrivão Reinaldo Bernardini, da 15.ª Subdivisão Policial (SDP), de Cascavel. O levantamento realizado pela Polícia Civil no ano passado aponta que 80% dos assassinatos ocorreram em vias públicas e apenas 6% em casas. O mapa da violência aponta ainda que os bairros periféricos, principalmente os localizados na zona norte, como o Interlagos, Julieta Bueno e Tarumã, contribuem com 86% dos assassinatos.
Para o comandante do 6.º Batalhão da Polícia Militar (BPM), de Cascavel, major Mauro Alves Pinto, a polícia vem realizando todos os esforços para diminuir os índices de criminalidade. "O crime de homicídio é difícil de prevenir porque a maioria dos assassinatos ocorre por desavenças entre as pessoas. Isso torna a ação da polícia ineficiente porque não podemos estar em todo lugar", explica o major. Mas ele reconhece que o policiamento ostensivo pode contribuir para melhorar a segurança da população. No entanto, o 6.º BPM esbarra na falta de efetivo e de automóveis. Ao todo a corporação conta com apenas 12 carros.
Medidas caseiras
Em alguns períodos, o 6.º BPM chegou a ter apenas três carros para o policiamento ostensivo. O Conselho Municipal de Segurança (Conseg) vem reivindicando junto ao governo do estado o aumento do efetivo e da frota de carros para a corporação. Enquanto isso não ocorre, o comandante do 6.º BPM defende medidas caseiras contra a violência. Uma delas é o fechamento dos bares à noite. "Está comprovado, onde os bares fecham à noite, que o número de mortes foi reduzido. Muitas mortes registradas acontecem justamente nas proximidades desses estabelecimentos", explica o major. Tais medidas, segundo o comandante, foram implantadas com sucesso em São José dos Pinhais e Diadema (SP).
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