Entre os milhares de inquéritos de homicídios anteriores a 2008 sem conclusão em Curitiba estão os assassinatos dos travestis Mônica, Amanda e Joaninha, segundo o conselheiro nacional de segurança pública e presidente do Grupo Dom da Terra, Márcio Marins.
Adão de Paiva (Mônica), 35 anos, foi morto a socos e pontapés na Rua Miguel Calluf, no bairro Cajuru, em novembro de 2001. Anderson Lopes (Amanda), 27 anos, após uma discussão com um cliente na Avenida Getúlio Vargas com a Rua Nunes Machado, no bairro Rebouças, em 2006. Ele foi ferido com um tiro no rosto e outro no peito. Morreu no Hospital Cajuru. Jonatas Bandeira Germano (Joaninha), 26 anos, foi assassinado a golpes de faca, no Abranches, em frente de um motel, no mesmo ano.
Esses e outros tantos casos fazem parte de uma lista elaborada pela ONG Transgrupo Marcela Prado enviada ainda em 2009 à Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp)para saber como andam as investigações. Para Marins, os casos de violência contra travestis são uma constante nos últimos anos e a impunidade também. As maiores dificuldades são a distância das vítimas de suas famílias e o preconceito, o que leva à falta de interesse das autoridades em solucionar os crimes. Ele lamenta que nem a pressão das organizações não-governamentais consiga solucionar os homicídios. Sobre a formação do novo grupo de investigação, Marins fica em dúvida sobre a eficácia disso: "Será que não será somente uma medida para encerrar os inquéritos?", indaga.
Caso Rachel
O homicídio da menina Rachel Maria Lobo Oliveira Genofre deve continuar sendo investigado pela delegada Vanessa Alice, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), em parceria com a Delegacia de Homicídios. O corpo de Rachel foi encontrado em uma mala na Rodoferroviária de Curitiba em novembro de 2008.
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