Desde o início da greve da Polícia Militar na Bahia, no dia 1º, foram registrados, pela Secretaria de Segurança do estado, 78 homicídios e 150 roubos ou furtos de veículos. O número é bem maior que o da semana anterior à greve, quando foram contabilizados 41 homicídios e 71 furtos ou roubos de automóveis.
A secretaria já trabalha com a hipótese de participação de policiais em alguns desses crimes. De acordo com o órgão, as suspeitas se acentuaram após análise comparativas de imagens feitas em alguns eventos (saques a lojas de eletrodomésticos) e, também, em função do modus operandi identificado pela superintendência de inteligência da secretaria.
Dos 12 mandados de prisão expedidos contra policiais militares que lideram o movimento, um já foi cumprido: o soldado Alvir dos Santos, do Batalhão de Policiamento Ambiental, foi preso na madrugada de hoje (5) pelo comandante do batalhão, major Nilton Machado, sob a acusação de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (veículos da Polícia Militar).
O tenente-coronel Cunha, do Exército Brasileiro, disse à Agência Brasil que o soldado é "um dos participantes do movimento", e que foi localizado por seu comandante imediato, encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar e preso pela força-tarefa da Polícia Federal. "Já foi feita a prisão e tomados os procedimentos jurídicos necessários, com presença do advogado e dos parentes", disse.
No primeiro dia de paralisação, a Avenida Paralela, uma das principais vias de Salvador, foi fechada por grupo de homens encapuzados, que causaram grande transtorno à população. Imagens feitas por um repórter fotográfico do jornal Correio da Bahia mostram que, entre eles, estavam alguns dos policiais que participaram das manifestações e, também, de um atentado a tiros contra uma retransmissora da TV Bahia. Apesar de o anúncio ainda não ser oficial, representantes da secretaria disseram que as imagens permitirão "com facilidade" as comparações.